Acidente ou crime: mãe tem muitas dúvidas e cobra celeridade no processo
Publicado em 01/09/2018 às 11:28
A morte de Leonardo de Souza Lima, ocorrido em novembro de 2016, deixou família e população de Afonso Cláudio consternada. Dois anos se passaram e ainda o processo não foi concluído, segundo a mãe da vítima, a costureira, Marlene Pagoto Souza Lima. Ela ainda tem dúvidas se a morte do filho foi realmente acidente, conforme noticiado na época.
No dia 26 de novembro de 2016, Leandro e mais três amigos pedalaram até a zona rural do Distrito de São Francisco. Lá, segundo foi relatado pelos amigos da vítima em Boletim Unificado (BU), o jovem teria escorregado do alto da pedra do Moinho Beija Flor e morreu minutos depois da queda. No local apenas um jovem ficou pra contar sobre o “acidente”.
Estranho na visão de todos que acompanharam o caso na época foi o fato de dois companheiros de Leandro terem deixado o local. Esse episódio deixou a mãe da vítima entristecida e com desejo de obter muitas respostas da polícia, que até hoje não foi dada. A mãe da vítima Marlene Pagoto descobriu quem eram os jovens que deixaram o local.
Passado esse tempo, Marlene diz que tem dúvidas se realmente foi acidente que matou o filho, e apresentou inúmeras perguntas que estão no processo e que não obteve resposta, ou seja, o caso não está concluído. Angustiada, Marlene diz que tem motivos para acreditar que a morte do filho não foi acidental e já contratou um advogado para auxiliá-la no caso.
“Há mais de um ano estou sofrendo com esta angústia e pedindo à justiça celeridade na conclusão do inquérito. Existem divergências em alguns pontos que me foram apresentados e que devem ser investigados. Não vi até hoje muito interesse das autoridades competentes em concluir este processo. Para aliviar meu coração peço a justiça para que me dê uma resposta o mais rápido,” relatou Marlene.
Marlene disse ainda que todas as suspeitas do caso foram apresentadas ao delegado da época. “Dois delegados já passaram pela delegacia de Afonso Cláudio desde aquele fatídico dia 26 de novembro e hoje o processo está com o delegado Luciano Carlos”. As perguntas que podem fechar o inquérito estão inseridas no processo, conforme relatou Marlene, à nossa reportagem. Nas suas buscas de mãe “investigadora” aparecem as seguintes dúvidas:
“Disseram que meu filho escalou a pedra e pelo que sei jamais alguém conseguiu tal feito; informações de que ele desceu do penhasco e estava com chinelos nos pés, fato presenciado e logo depois alguém tirou o chinelo dos pés de Leonardo; dois rapazes se evadiram do local quando começaram chegar curiosos; apareceu um rapaz de motocicleta que se dizia do Samu. “Pelo que sei o trabalho do Samu não é feito de motocicleta”.
Outros fatos que intriga a dona Marlene Pagoto são os seguintes: Era época de chuva, a água descia pela pedra e existia muito lodo. Leandro não apresentava, segunda a mãe, nenhum sinal de marcas pelo corpo que identificasse sujeira da pedra, unhas sujas de quem procura se agarrar em alguma coisa pra se salvar; de acordo com dona Marlene, um dos policiais sugeriu que jogasse o chinelo fora; o nome dos rapazes que fugiram do local não citado no Boletim.
E por final, ela comenta que os laudos não condizem com a magnitude da queda alegado pelos jovens que presenciaram o fato. Essas são algumas de várias outras perguntas que de acordo com dona Marlene, precisam de esclarecimentos. “Por isso peço apoio, e que se me provarem que foi acidente descansarei em paz, mas os indícios dizem ao contrário” completou a mãe, Marlene Pagoto de Souza Lima.