Coluna Pomerana
A História da Pomerânia
Publicado em 14/05/2021 às 18:20
No decorrer dos séculos, a Pomerânia, de tempos em tempos, passou por muitas e profundas transformações. Para isso, uma série de fatores contribuíram e muitas vezes reduziram as suas populações pela metade ou até mais, como nas muitas guerras para a quais foram arrastadas ao longo de toda a sua existência e pelas pestes que assolaram toda esta região.
Os próprios governantes desses ducados sempre estiveram muito mais preocupados consigo mesmos do que com a suas populações. Toda esta forma de governar fez com que, aos poucos, algumas poucas famílias aumentassem em muito as suas posses e com isso também seu domínio sobre a população.
Em 1895 a parcela de pessoas empregadas na agricultura na Pomerânia era de cinquenta e quatro por cento (54%) e era maior do que na maioria das outras áreas da Alemanha. Mesmo com as reformas de Stein-Hardenberg, com que os camponeses ganharam a sua liberdade, o número de pequenas propriedades foi diminuindo e as grandes propriedadez foram aumentando a sua extensão. No entando, no século XIX, de modo geral, a área agrícola cultivada aumentou em estensão. Com isto a Pomerânia se transformou no produtor agrícola mais importante da Alemanha.
Essa província da Prússia, com o seu extenso litoral, desde 1871 também passou a ser a mais importante área de pesca da Alemanha. Seus produtos agrícolas passaram a ser processados pela indústria. A metalurgia teve um importante crescimento na capital Stettin (estaleiros, fábricas de veículos). A antiga capital pomerana se transformou no mais importante porto alemão do Mar Báltico e em um centro do comércio europeu. Em 1843, Stettin, a única grande cidade da província da Pomerânia (1900: 210.702 habitantes) já tinha sido conectada a Berlim por via férrea.
O desenvomento do turismo muito rapidamente fez com que surgissem numerosos resorts do Mar Báltico, como por exemplo, em Binz, Heringsdorf, Misdroy e Kolberg. O litoral da Pomerânia tinha se transfornado no mais importante balneário da Alemanha.
Ao longo do século XIX, mesmo tendo iniciado de forma mais modesta, a vida cultural foi se desenvolvendo, principalmente na cidade de Stettin. O compositor Carl Loewe atuou como diretor musical municipal por 46 anos e compôs 400 peças musicais.
Entre 1820 e 1850, sobretudo na região oriental da Pomerânia, surgiu um forte movimento de revitalização religioso, parcialmente baseado em conceitos luteranas, mas também, com raízes parcialmente pietistas. A vida política, em grande parte, era conduzida pela nobreza rural conservadora, proprietária da terra, mas, também já se convivia com algumas idéias liberais, sobretudo na cidade de Stettin. Entretanto, em vista do sistema eleitoral vigente na Prussia, as eleições costumavam produzir resultados distorcidos. Foi apenas em 1893, que os social-democratas conseguiram, pela primeira vez, eleger um representante para o Reichstag (Congresso Nacional), de um distrito eleitoral da Pomerânia.
Após a Primeira Guerra Mundial, a Pomerânia foi transformada em uma região de fronteira, porque a maior parte da Prússia Ocidental terminou sendo anexada à Polônia. Mais tarde, muitos nobres pomeranos entraram na resistência contra o regime nazista, (Ewald von KleistSchmelzin, Reinhold von Thadden-Trieglaff, Elisabeth von Thadden).
Ao final da Segunda Guerra Mundial, a Pomerânia foi tomada pelo exército vermelho soviético. Em agosto de 1945, como resultado dos acordos de Potsdam das potências vitoriosas, partes da Pomerânia, ao leste do rio Oder e área das proximidadses do rio Swine, foram colocadas sob a administração da Polônia. Porém, contrariando os acordos feitos, em outono do mesmo ano, a pedido da Polônia, os soviéticos também tomaram Swinemünde e Stettin, onde até já tinha sido instalada uma administração municipal alemã, juntamente com uma extensa área da costa oeste de Stettin, e entregaram toda essa área à administração polonesa.
Toda a população pomerana que vivia nos territórios agora ocupados pela Polonia, que em 1939 contava com dois milhões de habitantes, em um verdadeito processo de limpeza étnica, foi expulsa de suas casas. Pelos dados de que se dispõem apenas cerca de cinquenta mil pessoas ficaram na Pomerânia (crianças abandonadas, mulheres e alguns idosos abandonados). Durante a fuga, cerca de quinhentos mil morreram de fome ou de frio e o restante se refugiou na Alemanha, Estados Unidos, Dinamarca e pelo mundo afora.