Coluna Pomerana
A História da Pomerânia
Publicado em 04/05/2021 às 18:23
Depois de 1648 os governantes de Brandemburgo continuaramempenhados na expansão dos seus domínios sobre as áreas que tinham passado para a Suécia. E, no decorrer dos anos, realmente o conseguiram. Foi desta forma que, pelo Tratado de Estocolmo, ao final da chamado guerra nórdica, (1700-1721), Brandemburgo adquiriu, por compra, uma área do sul da Pomerânia ocidental e que se estendia até o rio Peene.
Em consequência disto, em 1723 a sede do governo, que Brandenburg tinha organizado em Stargard, na Pomerania Oriental foi transferido para Stettin, ao mesmo tempo em que os suecos transferiram a administração do seu território remanescente, de Stettin para Stralsund. Vale observar que a Suécia nunca tentou impor aos pomeranos a sua língua e a cultura sueca. Até porque, a administração estava quase exclusivamente nas mãos de moradores locais.
Havia também muitos soldados e para a universidade de Greifswald costumavam vir muitos estudantes suecos. Por outro lado, o caminho para a Suécia também estava aberto aos pomeranos. Vale como exemplo, o caso de Karl Wilhelm Scheele, um químico de Stralsund, que foi o descobridor do oxigênio, e que terminou indo para a Suécia;
Nesta época, enquanto os governantes Brandemburgo/prussianos da Pomerânia se voltavam bastante para os cuidados sociais, mesmo que esses muitas vezes fossem percebidos como duros, a Suécia, pobre e subdesenvolvida, pouco se importava com esse território, especialmente porque após o colapso da hegemonia da Suécia, a Pomerânia dificilmente lhe poderia ser útil, em termos políticos e de poder.
Vale dizer que a Suécia foi bastante desastrosa em termos sociais. Aliás, a situação dos camponeses pomeranos já havia se deteriorado desde a segunda metade do século XVI, pois vinham sendo cada vez mais rebaixados para a servidão dos grandes proprietários de terras. Como resultado dessa “realocação camponesa”, ou seja, da transformação dos pequenos proprietários de terras em servos, uma quase escravidão, foram surgindo cada vez mais grandes propriedades da chamadanobreza rural. Na Pomerânia sueca, esse processo teve uma franca evolução, enquanto que na Pomerânia brandemburguesa e depois prussiana, começaram a ser feitos esforços para a preservação do status dos camponeses. A drenagem de pântanos, de lagos menores, a diminuição das áreas de lagos maiores permitiu o assentamento de agricultores provenientes de outras partes da Alemanha. Ao longo da Guerra dos Sete Anos (1756-63), a Pomerânia ocidental novamente foi palco de muitas batalhas entre a Suécia e a Prússia, ao mesmo tempo em que a Pomerânia oriental passou a ser duramente castigada pelas tropas russas.
Durante o período napoleônico, a Pomerânia sueca (ocidental) experimentou uma nova ocupação, desta vez francesa e que durou vários anos. A luta pela defesa da fortaleza Kolberg por Gneisenau em 1807 se destacou no pano de fundo do colapso que a Prússia vivenciou nestes anos. Em 1815 (no Congresso de Viena) a parte norte da Pomerânia, que tinha sido sueca até 1814, passou para a Dinamarca, que pós sua vez a repassou para a Prússia, juntamente com Stralsund, Greifswald e a ilha de Rügen.
Foi desta forma que a Pomerânia, após 170 anos foi novamente unificada, agora como uma província prussiana. Administrativamente foi dividida nos três distritos, ou seja, Stralsund, Stettin e Köslin. Os distritos Brandenburgueses de Dramburg e Schivelbein também foram incorporados à provincia da Pomerânia.
Em 1816 a população da então nova província da Pomerânia, era de apenas 682.000 habitantes e sua administração passou a contar com um parlamento provincial próprio.
Talvez vale mais como uma curiosidade, mas, uma minúscula área da costa do Mar Báltico se manteve vinculada ao reino da Suécia, por mais quase um século. Trata-se da cidade de Wismar e de uma ilha próxima, chamada Poel, que teoricamente passaram a fazer parte do Império Alemão em 1871. Entretando, apenas em 1903, oficialmente passaram a
integrar a Alemanha.