Coluna Pomerana
A Diversidade Linguística Pomerana
Publicado em 23/08/2019 às 18:36
Os pomeranos que chegaram às colônias de imigrantes aqui no Brasil saíram de diferentes localidades dentro da Pomerânia.
Segundo o historiador Jose Heinemann, em toda a Pomerânia, havia 14 variantes da língua pomerana. Desse modo, a mesma palavra poderia ser pronunciada diferente de região a região. E os imigrantes não só vieram de uma região pomerana para o Brasil, mas de regiões diferentes com seus sotaques e modos locais de falar a língua pomerana.
Apesar de a área deste ducado não ter sido muito maior do que 70 X 250 km, a diversidade de dialetos dentro do própria território, em decorrência da própria sobrevivência do sistema feudal, com o seu isolamento típico, fez com que até a eclosão da Revolução Industrial, a sua população ficasse restrita às grandes propriedades rurais. Ser um servo significava não poder sair do seu povoado ou da sua vila, sem o consentimento dos seus “donos”, isto é, da população dominante dessa região da Europa.
Aqui no Brasil, d e certa forma, se reproduziu esta característica no que se refere à própria língua falada por esses imigrantes. Se compararmos a língua pomerana falada no estado de Espirito Santo com a de Pomerode, em Santa Catarina e a do São Lourenço do Sul, no Rio Grande do Sul, facilmente identificaremos diferentes palavras ou até diferentes maneiras de falar, quando há referência ao mesmo assunto.
É a diversidade linguística da Pomerânia reproduzida no Brasil, pois precisava-se dominar a língua pomerana por ser o idioma do dia a dia da comunicação dominante nos diferentes assentamentos. Além disso, da mesma forma como na Pomerânia, era preciso aprender o alto-alemão (Hochdeutsch) para poder frequentar e aproveitar os ensinamentos oferecidos nas escolas das comunidades e para o relacionamento com a igreja. Mas também era preciso entender o português por ser o idioma do relacionamento com as autoridades.