Sindicato oferece programa gerencial aos agricultores de Domingos Martins e Marechal Floriano
Publicado em 22/09/2019 às 11:56
O Sindicato Rural de Domingos Martins e Marechal Floriano tem promovido diversos cursos e treinamentos aos produtores rurais associados. O presidente do Sindicato, Flávio Wruck, destacou que, entre os diversos cursos oferecidos, o Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG), tem como objetivo mostrar aos produtores que a propriedade deve ser tratada como uma empresa.
Esse programa diferenciado é realizado em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Espírito Santo (Senar-ES). Os produtores participantes do programa, cujas inscrições estão abertas, receberão visitas mensais de profissionais com conhecimento técnico na atividade assistida, assim como em gestão e sustentabilidade.
Durante dois anos e quatro meses, o produtor receberá o serviço. Ao longo do programa, é feito o diagnóstico da propriedade com foco na sustentabilidade, um planejamento estratégico, as adequações tecnológicas necessárias, treinamentos de capacitação com produtores envolvidos e a avaliação dos resultados obtidos.
As turmas estão abertas para os produtores de café, banana, uva, hortaliças, piscicultura e agricultura orgânica e as inscrições podem ser feitas diretamente no sindicato, ou pelos telefones: (27) 3268-1396 e 99642-2888. O presidente do sindicato concedeu uma entrevista ao jornal O Noticiário, para explicar mais sobre o programa ATeG e falou sobre outras atividades realizadas pela entidade.
O Noticiário – Qual a importância do programa ATeG para a qualificação do produtor rural?
Flávio Wruck – Esse é um programa de gestão gerencial da propriedade, muito além de uma assistência técnica. O objetivo é capacitar nosso produtor e dar a ele todas as informações necessárias para o entendimento de que a propriedade é uma empresa. E essa empresa precisa gerar lucro, como qualquer outra atividade comercial.
A assistência técnica é mais acessível ao produtor, mas ele não tem um apoio da gestão. Com essa capacitação, feita em parceria com o Senar, e que dura mais de dois anos, o produtor consegue gerenciar com precisão o seu negócio.
E como é feito esse treinamento?
Primeiro é feito um diagnóstico na propriedade. Após essa análise minuciosa, será desenvolvido um plano que apontará a viabilidade da atividade. Quando essa análise aponta que alguma atividade não é viável, identifica-se o motivo e o produtor é orientado.
Muitas vezes o produtor tem uma produção diversificada, e uma atividade que, às vezes, uma paga a outra. Isso não pode ocorrer. O principal objetivo é identificar essas informações, analisando o contexto geral, tanto para melhorar a produtividade, quanto à parte gerencial. Não adianta apenas saber produzir bem e dominar as tecnologias, se não dominar a parte de gestão. As duas coisas precisam caminhar juntas.
Estamos vivendo um momento delicado no país e precisamos fortalecer o agronegócio. Muitos produtores estão desanimados. Precisamos usar essas ferramentas para buscar soluções e fazer com que o produtor tenha mais renda e continue com a sua atividade. Em outras regiões do Estado onde esse programa já foi implantado, há dados excelentes de aumento da produtividade, em alguns casos, de até 50%.
Existem outros programas de destaque desenvolvidos pelo sindicato?
Outro programa importantíssimo é um que é voltado ao saneamento básico. Em parceria com uma empresa que fabrica biodigestores – equipamento que faz o tratamento de resíduos domésticos das residências -, estamos oferecendo essa possibilidade de os agricultores deixarem de usar a antiga fossa negra, que consiste em um grande buraco para o depósito de dejetos.
Pensando na questão ambiental, realizamos um convênio com essa empresa e estamos conseguindo, a preço de custo, a compra desses biodigestores. Criamos esse programa de saneamento básico para auxiliar os agricultores. O sindicato compra esses biodigestores e os repassa a preço de custo aos produtores, seja ele associado ou não. Basta comprovar que o interessado seja um produtor rural.
Então, a questão ambiental é um tema importante para o sindicato?
Sem dúvida. Temos outra ação importante que é a de informar aos produtores quanto às legislações ambientais, que mudam constantemente. Devido a essas modificações, o produtor não consegue estar por dentro de tudo. Por isso, o auxiliamos por meio da nossa engenheira ambiental, Gleicione Thomas, que dá a assistência aos produtores, em quaisquer necessidades.
Nossos associados também recebem todo apoio quanto ao Cadastro Ambiental Rural (CAR). Nós os ajudamos a resolver todos os detalhes, como a identificação dos pontos geográficos da propriedade e demais informações necessárias.
O sindicato oferece assistência a outras áreas aos produtores?
Sim, a assistência jurídica por exemplo. Temos um advogado que está disponível, uma vez por semana, para orientar aos produtores. Seja na elaboração de contratos, arrendamentos de terrenos e outras necessidades jurídicas da propriedade, o advogado pode auxiliá-lo. Isso é importante para prevenir possíveis danos que o agricultor possa vir a sofrer, por falta de orientação.
O sindicato mantém uma série de treinamentos durante todo o ano. Explique um pouco sobre esse serviço.
Realizamos treinamentos voltados à formação profissional rural. A nossa grade de treinamentos é extensa. São dezenas de cursos em diversas áreas, como: operação de equipamentos agrícolas, aplicação de defensivos, cursos voltados ao artesanato, culturas agrícolas, agroindústria, pecuária, piscicultura, silvicultura, alimentação e nutrição, entre tantos outros.