Montanhas Capixabas a caminho do desenvolvimento sustentável

Publicado em 27/02/2019 às 16:54

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Em 1987, a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), decretou a importância de se adotar no planeta a busca por um desenvolvimento sustentável: um desenvolvimento que permita atender às necessidades do presente, sem comprometer a habilidade das futuras gerações de atender suas próprias necessidades.

Em busca de um desenvolvimento equilibrado, que seja ambiental, social e economicamente sustentável, várias práticas passaram a ser estudadas mais profundamente, dentre as quais vem se destacando a agricultura familiar, uma atividade de grande relevância nas Montanhas Capixabas.

Agricultura sustentável

Ao contrário do que muitas pessoas podem achar, a sustentabilidade não passa apenas pela conservação de florestas e pelo plantio de árvores, apesar de isso também ser essencial e vir sendo praticado em diversas cidades brasileiras. A sustentabilidade deve ser pensada a partir de cada prática da sociedade atual, desde o descarte de lixo de cada indivíduo até as atividades econômicas de grande impacto ambiental e social.

A especialista em desenvolvimento humano e social da Secretaria de Estado da Cultura do Espírito Santo (Secult/ES), Mariana Rodrigues Pires, afirmou em um artigo publicado nos Anais do VIII Congresso Brasileiro de Turismo Rural, que é possível observar uma proliferação de estudos sobre agricultura familiar desde 1990.

Montanhas Capixabas a caminho do desenvolvimento sustentávelFoto: Pexels.com

Segundo ela, tem prevalecido a visão dessa atividade como uma alternativa ao padrão de desenvolvimento rural do agronegócio atual, que conquistou grande produtividade, mas também criou e intensificou problemas sociais e ambientais, como a degradação do meio ambiente e a exclusão social.

Nas Montanhas Capixabas, onde a agricultura familiar ocupa um espaço importante, várias ações têm permitido impulsionar a atividade agrícola sustentável, dentre as quais podemos sublinhar o turismo local e as novas tecnologias desenvolvidas para o setor.

Agroturismo

Em um artigo de 2017, publicado na revista Desenvolvimento em Questão, pesquisadores da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro destacaram a Serra Capixaba, principalmente Venda Nova do Imigrante e Domingos Martins, como “um dos berços do agroturismo no Brasil”, com atrativos que vão dos alimentos agrícolas — em especial morangos, palmito e café — ao modo de vida da colonização italiana e alemã.

Segundo os autores, o turismo rural vem sendo considerado pelo governo brasileiro uma opção para gerar renda e emprego e para melhorar a qualidade de vida no campo. Além disso, acredita-se que ele possa estimular a conservação do patrimônio cultural e natural da comunidade, assim como a produção ambientalmente correta de alimentos, já que a sociedade brasileira tem valorizado cada vez mais a sustentabilidade e os alimentos orgânicos.

Montanhas Capixabas a caminho do desenvolvimento sustentável 2Foto: Pexels.com

Indo ao encontro dessa tendência, políticas públicas no Espírito Santo também vêm estimulando a produção agroecológica e orgânica, auxiliando produtores a realizarem a transição para modelos mais sustentáveis de produção.

A agricultura orgânica — que não utiliza produtos químicos sintéticos prejudiciais para a saúde humana — e a agroecologia — que visa, ao mesmo tempo, à sustentabilidade ambiental, à eficiência econômica e à justiça social — são grandes promessas em um mundo cada vez mais preocupado com o cuidado ambiental e com a qualidade de vida das futuras gerações.

Aliando as oportunidades e tendências apresentadas pelo agroturismo às novas tecnologias e políticas públicas, é possível tornar as Montanhas Capixabas num polo de desenvolvimento sustentável, de agroecologia e de atração crescente de visitantes.

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