POMERANA

Coluna Pomerana

A alimentação dos Pomeranos

Publicado em 18/10/2018 às 13:54

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Os pomeranos, em sua terra natal, sempre tiveram uma alimentação muito simples. Os que viviam na costa báltica (costa nordeste da Alemanha e oeste da Polônia) trabalhavam junto ao mar, confeccionando redes, barcos, cordas e durante séculos se dedicaram à pesca da foca, de arenque, de bacalhau, enguias, de caracóis, mariscos, ostras, salmonídeos, garantindo com isto o seu sustento.

cp01No ano de 1227 o duque pomerano Barnim I (no poder de 1226 a 1278), introduziu o cultivo de cereais, o que representou importante melhora na culinária familiar e na alimentação dos pomeranos da época. Isto também contribuiu para um aumento significativo na expectativa de vida da população, ao menos naqueles tempos.

cp02A senhora Kanitz, uma pomerana que vive na cidade de Ibirubá, no Rio Grande do Sul, sempre dizia que sua família era proveniente de Stolp, hoje território polonês e chamado de Slupsk. Lembrou que no passado a sua família gostava de pescar. Sua avó costumava contar:

“Muitas vezes, no verão, sentávamos embaixo de um salgueiro para conversar e olhar a bela paisagem, de cor cinzenta. Enquanto os homens pescavam, as crianças corriam pela planície e depois sentavam no chão para saborear o lanche, que haviam trazido em uma cesta oval. A vida do pescador em alto-mar não era fácil. Em seus toscos barcos levavam seus equipamentos de pesca e saíam antes do amanhecer. Na volta, depois de descarregarem o pescado, muitos assavam os peixes ali mesmo, na praia, valendo-se de casca da aveia no lugar da lenha.”

O rio Persante, com sua extensão 131,7 km, nasce em Neustettin(Szczecinek) e deságua no mar Báltico. Era rico em lampreias, trutas e salmões. Já nas florestas da região, com seus carvalhos centenários, havia muita caça, à qual apenas a nobreza tinha acesso. Podia-se encontrar javalis, veados, corças, coelhos, cisnes, garças, perdizes, cegonhas pretas e águias de cauda branca. Quando as colheitas não eram boas, os pomeranos eventualmente recebiam permissão para dali tirarem algum sustento.

cp03Conta-se uma curiosa história sobre a pequena cidade de Barth, que até 1325 pertenceu ao principado de Rügen. Entre 1570 e 1603 o duque Bogislaw XIII transferiu sua residência para um palácio desta cidade. Conta a lenda que esse palácio de três andares era grande, espaçoso, de paredes grossas e com muitos quartos. Na véspera de Natal, no grande salão, era colocada uma grande mesa com toalhas bordadas, com travessas cheias de frutas (maçã, pêssego, pera) e uma grande quantidade nozes e avelãs. Na beira da mesa, podia-se ver taças de estanho e pequenos barris de vinho. Ao lado, em uma mesa menor, havia diversos pães, bolos, tigelas de porcelana inglesa azul com sopa de pêssego, prato fundo com borda decorada, com toucinho e nabos, presunto gordo e uma pequena caixa de madeira com a inscrição Kolberg (Kolobrzeg) com arenques defumados.

cp04Reza ainda a lenda que nessa propriedade, em 1602, teria havido muitos trabalhadores. Havia muitas crianças. Havia também um menino responsável pela guarda de porcos. Seus pais, como agricultores, plantavam centeio, cevada, malte, aveia e ervilhas.

No campo, em terrenos cercados, havia, vacas, ovelhas e suínos. O leite era armazenado em tonéis, onde faziam manteiga, e o excedente vendiam na praça central do povoado. A realidade da vida na Pomerânia era muito diferente. Quase sempre o povo era desnutrido e não raras vezes sucumbia pela fome.

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