Centro Educacional Integração de Marechal Floriano promove a IV Semana Literária
Publicado em 11/10/2018 às 13:38
O mês de setembro passou, mas vai ficar marcado para alunos, corpo docente e a comunidade de Marechal Floriano, pois o Centro Educacional Integração promoveu a IV Semana Literária, um evento que surgiu com a ideia de integrar a comunidade à escola, assim como promover atividades culturais, como apresentação de peças teatrais, saraus de poemas, oficinas, musicais e trabalhos, que são feitos a partir da leitura de obras literárias.
“Na verdade, o momento de interação com a comunidade dura uma semana, mas o trabalho começa nas primeiras semanas de aula”, relata a professora de língua portuguesa, Miriam Gomes Silva, uma das idealizadoras da Semana Literária e que revela que o projeto parte de um pensamento que se inicia com a leitura.
Desta forma, os alunos recebem PDF de livros (cada turma tem um livro diferente por trimestre, porém todos relacionados a um mesmo tema). Estes livros são lidos, suas histórias são assistidas em filme ou apresentação teatral (via YouTube) e os textos dos livros são transformados em roteiros teatrais.
Após este período, os alunos pesquisam as artes que desejam realizar e as relacionam aos seus temas. Elabora-se um projeto para a construção dos estandes – espaço reservado para apresentação dos trabalhos, sendo que, todos os custos de realização são cobertos por uma “caixinha” que cada turma faz durante os sete meses anteriores a setembro.
Quanto mais leitura melhor
Para o brasileiro desacostumado a leitura, desde sempre, em sua imensa maioria, é surpreendente ver como os alunos se envolvem com o programa, conforme relata o diretor da Instituição Leonisio Erli Klippel. “Em relação ao desenvolvimento acadêmico, observo uma resposta otimista, pois os alunos se interessam em procurar um tema, em procurar livros que se encaixem neste tema e principalmente, eles se dedicam na leitura dos livros”, afirma Leonisio.
Com isso, a construção do roteiro colabora para o conhecimento de gêneros literários e também na organização das ideias, com coerência e coesão, para que o texto seja compreendido, o que faz com que alunos leitores, mesmo que timidamente, apresentem interesse em relação tanto à pesquisa, quanto às histórias escolhidas.
E a comunicação no mundo virtual? Mudou a forma de escrever? A linguagem permanece a mesma?
Tem gente que não abandona um livro por nada, mas tem gente que prefere ler através de um smartphone, tablet e no próprio computador em casa. Mas a escrita é a mesma? A linguagem muda? Foi sobre que isso palestrou Evandro Albani, em um dos dias do evento. Dentre as diversas palestras, Evandro ressaltou que a escrita e a linguagem vêm sofrendo modificações através do tempo.
“É preciso lembrar que essa forma de escrever, apesar de não poder ser considerada incorreta, deve ser somente utilizada no meio adequado, ou seja, na internet. É importante compartilhar esse conhecimento, para que nós possamos cuidar bem da língua portuguesa e não impedirmos os nossos alunos de continuarem podendo se comunicar livremente através das redes, porém com a consciência de que essa linguagem deve ser utilizada somente no ambiente virtual”, declara Albani.
Melhorou, mas pode melhorar mais
O hábito da leitura, ao contrário de outros, não é algo que se adquira com facilidade. No Brasil, há uma história complexa de incentivos à leitura. Se retrocedermos até a década de 80, ou início de 90, poderemos observar um custo de livros muito alto, conforme afirma a professora Miriam Gomes Silva. “Comprar livros naquelas décadas era um luxo, além disso não era algo que se encontrava em qualquer esquina”, relata a professora.
O índice de leitura, apesar de ligeira melhora, indica que o brasileiro lê apenas 4,96 livros por ano – desses, 0,94 são indicados pela escola e 2,88 lidos por vontade própria. Do total de livros lidos, 2,43 foram terminados e 2,53 lidos em partes. A média anterior era de 4 livros lidos por ano.
Portanto, o Centro Educacional Integração vem dando uma mãozinha a fim de que esses números possam elevar cada vez mais, afinal, conclui Leonisio. “Leitura é fascínio, é mágico… A gente se apaixona por uma história, por um personagem e este processo não acontece por acaso, é uma tarefa que precisa ser constantemente trabalhada pelos professores, pela família, enfim, por todos nós”.