Locomotivas retornam a Marechal Floriano e seguem para o Sul
Publicado em 20/04/2018 às 11:00
As tradicionais buzinadas das locomotivas da antiga Ferrovia Centro Atlântica (FCA) voltaram a ser ouvidas em Marechal Floriano, no fim da tarde de ontem (19) e na manhã desta sexta-feira (20). Duas ‘máquinas’ seguiram para a cidade sulina de Cachoeiro do Itapemirim, procedentes de Vitória.
Naquela cidade do Sul capixaba há centenas de vagões estacionados nos desvios de manobras da estação ferroviária. Como ocorreu na semana anterior, as duas locomotivas, desta vez arrastarão mais de 50 vagões que estão em Cachoeiro do Itapemirim, para um pátio de estacionamento ferroviário na Grande Vitória.
A viagem de ida aconteceu nesta manhã e o retorno provavelmente será no fim da tarde deste sábado (21) com o pernoite em Marechal Floriano. Um automóvel de linha, com trabalhadores, seguiu na dianteira com bastante espaço, e promove a segurança na linha férrea para as duas locomotivas.
Como ocorre sempre, o automóvel de linha e as locomotivas abriram as buzinas nas duas passagens de nível no centro de Marechal Floriano. Contudo, não houve nenhuma reclamação da população florianense. Ao contrário, e sim ao questionamentos sobre o retorno do trem, que é o maior questionamento do dia.
“Será que o trem vai voltar a circular com turistas e cargas de eucalipto?”. A pergunta provavelmente, como na viagem anterior, foi feita dezenas de vezes por moradores de Marechal Floriano, Rio Fundo, Araguaia, Santa Maria, Engano, Mathilde e Vargem Alta, localidades por onde o trem passa.
Para o ferroviário aposentado Jair Borgo, as viagens dos trens de cargas e turistas jamais deveriam ter parado porque fazem parte da história antiga e recente do transporte ferroviário desde a estação de Paul, Vila Velha até Barão de Mauá, no Rio de Janeiro. “Poderia ter uma interferência governamental e trazer de volta para nós esse estilo de vida, que é estar próximo do trem”, disse.
O motorista Aldeir do Nascimento, filho de um falecido ferroviário, afirma que o retorno da passagem dos trens de turismo e cargas na região parece ser um sonho irrealizável. “Por mais que queiramos, não temos força para isso. Acho que seria necessária uma intervenção dos governos Federal e Estadual”, disse.