Produção de uva e vinho é destaque no Espírito Santo
Publicado em 07/01/2018 às 10:13
O vinho é uma das bebidas mais antigas do mundo e, a cada dia, ganha mais e mais apreciadores. A bebida que chegou ao Brasil trazida da Europa pelos colonizadores, há tempos já é produzida em território nacional. No Espírito Santo, o cultivo de uva e a produção de vinho são orientados pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper).
Em janeiro, frutos maduros no pé enchem a paisagem e a esperança dos produtores. A vitivinicultura está presente em 600 propriedades rurais espalhadas em 40 dos 78 municípios capixabas. Envolve em torno de mil produtores e ocupa uma área de mais de 200 hectares. A expectativa é de que a safra capixaba 2017/2018 atinja em torno de 3 mil toneladas de uvas, sendo 90% delas destinadas ao consumo in natura e 10% para processamento.
O município de Santa Teresa merece destaque, não apenas por ser um dos maiores produtores de uva e vinho, mas também pelo pioneirismo, pela expressiva área plantada, pelo conhecimento e pela transferência de tecnologias para todo o Estado. Mas é importante mencionar também os municípios de Alfredo Chaves, Santa Maria de Jetibá, Domingos Martins e Venda nova do Imigrante”, destacou Carlos Alberto Sangali de Mattos, extensionista do Incaper em Santa Teresa, que acompanha de perto, desde os primórdios, o trabalho dos produtores de uva e vinho do município.
Entre as variedades mais cultivadas no Estado, voltadas especificamente para a produção de vinhos, estão: Cabernet Sauvignon, Tannat, Bordô, BRS Lorena e Moscato Embrapa. Há também a produção de suco de uva, para a qual destinam-se pomares das variedades Bordô; BRS Carmem; BRS Cora, BRS Violeta, Isabel Precoce. A Niágara Rosada representa 80% da produção de uva para mesa, com grande expectativa para as variedades sem semente, como BRS Vitória e BRS Isis.
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O Espírito Santo apresenta enorme potencial para o plantio de uva e a produção de vinho, e a ampliação do mercado faz da atividade extremamente promissora. Entretanto, os produtores ainda enfrentam desafios como o alto custo de implantação da lavoura e a falta de tradição. A fim de contribuir para superar estas limitações, o Incaper atua no sentido de orientar os produtores com relação, principalmente, à poda programada das videiras e à organização rural, oferecendo uma assistência técnica efetiva aos vitivinicultores capixabas.
História
“O cultivo de uva e a produção de vinho era uma atividade de fundo de quintal, praticada pelos imigrantes italianos que se estabeleceram no Estado. As primeiras ramas de uva chegaram ao Espírito Santo espetadas em batatas, para evitar a desidratação das cepas”, lembrou Sangali.
“Observada a importância da atividade desenvolvida pelos colonos, o Governo adquiriu uma propriedade no município de Domingos Martins, a Fazenda do Estado, e implantou o projeto de fruticultura com diferentes espécies. A Vitivinicultura foi contemplada, atendendo assim a demanda dos colonos e a vocação da região. Estes trabalhos foram confiados aos engenheiros agrônomos e enólogos Dr. Mendes da Fonseca e Dr. Júlio de Oliveira Pinho. O legado destes pesquisadores foi resgatado na década de 1980 pelos produtores Melício Montebeller e Hilário Salviato, do município de Santa Teresa, com o apoio da Emater-ES, que hoje é o nosso Incaper”, acrescentou Sangali, que participou de todo este trabalho como extensionista, e contribuiu para que as lavouras servissem de referência para a motivação de produtores e a difusão da atividade.
“Hoje apresentamos o cenário atual da atividade, com uma evolução de utilização de materiais genéticos melhorados com tecnologias de produção e processamento, impactando no aumento de produção, de produtividade, na agregação de valor, na rentabilidade e na melhoria da qualidade de vida dos produtores envolvidos na atividade”, conclui.