Morre capixaba Rosita Schorling, primeira mulher paraquedista do Brasil
Publicado em 11/12/2017 às 14:02
Morreu, na manhã de hoje (11), aos 98 anos, Rosa Helena Schorling, conhecida como Rosita, moradora de Domingos Martins e que foi a primeira mulher paraquedista do Brasil, na época com 21 anos de idade, e a oitava aviadora nacional. Ela faleceu em um hospital de Vila Velha, onde estava internada.
O gosto dela pela aviação teve início quando a adolescente Rosa Helena viu, no céu de Vitória, o avião Dornier Do X. Naquela época ela estudava no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, mais conhecido por Colégio do Carmo, onde se formou professora, aos 17 anos. Daquele dia em diante a aviação não saiu de sua mente.
“Falei com meu pai que queria ser aviadora e ele me disse que permitia, mas só depois que eu me formasse, e foi o que fiz. Depois morei 18 anos no Rio de Janeiro, onde estudei aviação e realizei meu sonho. Também sempre tive a vontade de saltar de paraquedas e certa vez me inscrevi para saltar durante as comemorações da Semana da Asa. Nesse evento, em 1940, me tornei a primeira mulher paraquedista brasileira”, contou Rosa em entrevista ao Montanhas Capixabas, no ano de 2012.
Em toda a sua vida, foram 137 saltos pelo Brasil. Sempre ousada, Rosa Helena teve sua habilitação aos 12 anos, quando aprendeu a dirigir em Domingos Martins, em um veículo com a direção no lado direito.
No Rio de Janeiro, ela também ficou conhecida como a Sereia de Copacabana, por ter lançado a moda de usar biquíni. Em Domingos Martins, onde morava sozinha em uma casa no centro, Dona Rosita, se orgulhava ao ver o relógio da torre da igreja luterana da Praça Dr. Arthur Gerhardt, que foi construído pelo seu pai.
O mecânico João Ricardo Hermann Schorling, pai de Rosa, e que sempre apoiou as aventuras da filha, também construiu o relógio da Praça Oito, em Vitória. “Graças a Deus não tem nada que eu quisesse fazer que deixei de fazer. Meu último desejo é que durante meu sepultamento sejam lançadas pétalas de rosas de um helicóptero”, revelou na época.
Durante o lançamento da 3ª edição do livro “Rosa Helena Schorling – Além da folha do vento”, Rosita contou que estava feliz por ver sua história sendo eternizada. “Essa homenagem que estou recebendo hoje nesse lançamento ficará marcada em minha mente. Não é qualquer pessoa que vê sua história virar um livro. Espero deixar meu legado a todos que lerem esse livro, que muito me orgulha”, disse ela.
O sepultamento de Rosita deverá ocorrer amanhã (12), no cemitério da Igreja Luterana em Campinho, sede de Domingos Martins. Segundo informações de conhecidos, o velório, que ainda não tem horário confirmado, deverá ocorrer no Clube Recreativo de Campinho, como era o desejo dela.