Músico que não viajou com Grupo Bergfreunde lamenta a morte de amigos
Publicado em 11/09/2017 às 13:56
A tragédia com os componentes do Grupo Folclórico Bergfreunde de Campinho vem trazendo muito dor e lembranças de familiares e amigos. É o caso do músico Eden Schwambach, que sempre acompanhou o grupo em suas apresentações e por conta de um compromisso não viajou com os dançarinos para Juiz de Fora, na última quarta-feira (06).
Eden conta que o grupo ensaiou incisivamente durante dois meses para duas apresentações especiais, a do município de Juiz de Fora e, posteriormente, em Jaraguá do Sul, em Santa Catarina. “Ensaios exaustivos, porém descontraídos e todos muito animados sempre com muitas brincadeiras”, lembra o músico.
O grupo que realizava os tradicionais café colonial e rifas beneficentes para ajudar nas despesas com estas viagens, conseguiu o transporte para Juiz de Fora através de um edital da Secretaria de Estado da Cultura (Secult).
A viagem para cidade do interior de Minas Gerais aconteceu na noite da última quarta-feira (06). No município, o grupo participou da 23ª edição da Deutsches Fest, a Festa Alemã, no bairro do Borboleta. “Chegaram bem, passearam e se apresentaram três vezes num evento típico na qual foram convidados como também o grupo de lá já veio se apresentar aqui. Somos uma família que leva os costumes e tradições alemãs através da dança”, diz Eden.
Sobre as músicas apresentadas, Eden relembra das participações que fazia nos ensaios do grupo como músico. “Recebi um convite para tocar sanfona durante algumas apresentações deles, e ensaiei algumas danças com eles, na qual o acordeon fazia toda a parte sonora propiciando algo a mais nas apresentações. Muito alegres todos com minha participação e eu com eles”, relembra o músico.
O músico também fala do sentimento de dor que ele vem sentindo. “Me sinto muito triste, chocado e com um aperto no coração e o choro não para. Muitos jovens ali dedicados e os adultos com os cuidados totais todas as vezes que se apresentassem em qualquer local do município, do Estado, no Brasil, e em outros países como a Argentina e a Alemanha. Que os sobreviventes consigam forças para continuar a levar a cultura além das fronteiras. Lamento e respiro uma nova chance, principalmente com os sobreviventes. Deus é com todos”, finalizou Eden Schwambach.
Ex- integrante do grupo de danças recebe mensagens de apoio
Participante da primeira formação do grupo, em 1984, Marli Rupf fala das mensagens que vem recebendo desde o ontem (10). “Amigos e conhecidos que moram em Juiz de Fora me disseram que assistiram apresentação e disseram que foi maravilhoso e que o pessoal ficou encantado com a alegria que eles demonstraram durante a apresentação neste fim de semana, que parecia até uma despedida”, conta a ex-participante do grupo.
Marli lembra que o objetivo do grupo sempre foi levar a alegria e que toda a população vem sentindo com o ocorrido. “A gente tem visto muitas manifestações de pesar, isso nos conforta um pouco. Eu acredito que toda a população está sentindo e lembrando da alegria e da garra que eles apresentavam para gente, levando a nossa cultura e a bandeira do município, muitas vezes deixando de lado suas vidas particulares pela dança”, ressalta Marli.