Mais de um milhão de pessoas deixam de contar com plano de saúde, aponta IESS
Publicado em 22/06/2017 às 19:35
O mercado brasileiro de planos de saúde encerrou maio com mais uma retração: queda de 2,2% em relação ao mesmo mês do ano passado. Isso significa a perda de pouco mais de 1 milhão de vínculos, o que reduz a 47,36 milhões o total de beneficiários de planos médico-hospitalares no País. Os números integram a nova edição da Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB), produzida pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS).
Apesar de não haver um número fechado para o saldo de empregos formais em maio, os resultados apontados pela NAB estão em ordem com a retração do total de postos de trabalho registrada em abril, de 2,8%, de acordo com dados do MTE. A NAB aponta, ainda, que apenas nos últimos três meses, 221,4 mil vínculos foram rompidos em todo o País. Retração de 0,5%.
“Enquanto a situação econômica do País não mudar e, principalmente, o saldo de empregos voltar a crescer, provavelmente não teremos uma recuperação dos vínculos perdidos ao longo dos últimos anos”, analisa o superintendente executivo do IESS, Luiz Augusto Carneiro. “Ainda não há indicação segura de que o mercado irá mudar a tendência e retomar o crescimento nos próximos meses”, completa.
O outro lado da moeda
Enquanto o total de beneficiários de planos médico-hospitalares está caindo, o de planos exclusivamente odontológicos está crescendo. Entre maio deste ano e o mesmo mês do ano passado, foram firmados 1,6 milhão de novos vínculos com planos de saúde exclusivamente odontológicos no Brasil. Alta de 7,7%. Apenas nos últimos 3 meses o segmento registrou a chegada de 437,8 mil novos beneficiários, 2% a mais do que em fevereiro.
Carneiro explica que apesar de ter superado a marca dos 22,5 milhões de beneficiários, o segmento ainda conta com menos da metade do total de vínculos médico-hospitalares. Ou seja, ainda está longe de ser maduro e tem mais margem para crescer. Os custos mais “atraentes” do que o de planos médico-hospitalares também são um diferencial. “As famílias têm mais facilidade de acessar esse serviço, mesmo com a redução da renda média; enquanto as empresas, mesmo em um momento de crise econômica, enxergam nos planos exclusivamente odontológicos um benefício com custo mais acessível para oferecer aos seus colaboradores”, analisa.