Prefeito de Laranja da Terra fala do planejamento de sua gestão

Publicado em 27/05/2017 às 13:48

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Com pouco mais de 100 dias do seu primeiro mandato como prefeito de Laranja da Terra, Josafá Storch, o Josa, concedeu uma entrevista ao jornal O Noticiário e ao portal Montanhas Capixabas. Ele falou sobre seu planejamento para o município, e de projetos que pretende implantar.

O prefeito também aproveitou para explicar sobre a contratação de uma empresa que está realizando o transporte escolar, que gerou uma economia de mais de R$ 600 mil aos cofres públicos, comparando-se ao que se pagava em anos anteriores.

Nesta entrevista, o prefeito fala que pretende impulsionar o turismo, fortalecer a agricultura e investir em estradas. Segundo ele, a pavimentação entre a sede do município e o distrito de Sobreiro pode enfim sair do papel. Na Saúde, o prefeito afirmou que o seu secretário Carlos Jarske irá reformular o setor.

O Noticiário – Há muitos comentários sobre a licitação do transporte escolar, que foi realizada no início do ano. Como foi o procedimento de contratação da atual empresa que transporta os estudantes no município?

Prefeito Josafá – Houve a primeira licitação para contratar uma empresa para realizar o transporte escolar municipal e estadual. Participaram uma cooperativa e uma empresa particular. No dia da licitação, as duas participantes alegaram que a concorrente estaria com problemas na documentação. Então, o pregoeiro suspendeu o processo para verificações dos problemas apresentados.

E o que ocorreu após a suspensão?

Após a suspensão dessa licitação, a Secretaria Municipal de Educação apresentou um novo estudo das linhas que deveriam ser atendidas, e com isso houve uma redução do serviço que seria prestado durante o ano de 2017. Isso porque a administração entendeu, respaldado por legislação, que deveria ser pago apenas o trajeto em que os veículos estivessem com estudantes.

Nos anos anteriores se pagava também pelo trajeto em que os veículos trafegavam vazios, indo buscar estudantes. Além disso, quando em um mesmo trajeto havia estudantes da rede municipal e estadual, a empresa responsável recebia duas vezes, e usava o mesmo veículo para transportar alunos das duas redes de ensino.

Diante dessa nova informação, achamos melhor revogar essa licitação e abrir um novo processo com essa nova planilha de trajetos. E nesse novo processo licitatório participaram cinco empresas, incluindo a cooperativa que sempre prestou o serviço ao município.

E como ocorreu esse processo licitatório?

Todas participaram do pregão até o momento dos lances de valores. A vencedora foi a Trans Lopes. A próxima fase foi a verificação de documentos exigidos, e a empresa vencedora não atendeu aos requisitos do edital. Por essa razão, ela foi declarada desclassificada e foi convocada a segunda colocada, que foi a Cruz Lopes, e que está prestando os serviços de transporte.

E o qual foi o impacto financeiro para o município com esse novo estudo?

No ano anterior foi pago cerca de R$ 1,9 milhão no serviço de transporte escolar. Esse ano a Prefeitura vai pagar R$ 1,264 milhão à empresa vencedora, que vai fazer os mesmos trajetos dos anos anteriores. Todas as crianças estão sendo transportadas para a escola.

E o que o senhor pretende fazer com essa economia gerada com a redução do valor pago ao transporte escolar?

Iremos reinvestir esse dinheiro na própria educação. Vamos analisar o que melhor podemos fazer. Visitando algumas escolas, notei que há defasagem de carteiras e cadeiras. Então, parte desse recurso eu vou aplicar em mobília. Também vamos reformar pequenas escolas no interior do município.

Tivemos ouvido muito elogios dos moradores quando entenderam que conseguimos gerar uma economia, mantendo o mesmo serviço. Estamos buscando fazer as coisas de forma clara. O contrato assinado é público e disponível para quem quiser ter acesso.

Houve reclamações de que um ônibus estaria transportando mais alunos que o permitido, isso procede?

Tomamos conhecimento dessa informação, e já estamos averiguando. Inclusive nossas equipes estão fazendo um acompanhamento em todas as linhas, e se for constatado alguma irregularidade, como o transporte de alunos além do permitido para o veículo, vamos exigir que a empresa disponibilize outro transporte. Nossa meta é solucionar esses problemas.

Prefeito, mudando um pouco de assunto, o que o senhor está fazendo diferente na prefeitura para conseguir economizar?

Uma das coisas que faço questão é atender a todos os moradores. Recebo a todos. Na nossa campanha pregamos que iríamos fazer um atendimento mais humanizado, e estamos cumprindo essa proposta.

Um exemplo é na Saúde, que já recebo elogios pela boa gestão. Aqui no meu gabinete todos são atendidos da mesma forma. Ouvimos relatos de moradores com mais de 60 anos que nunca haviam entrado no gabinete do prefeito.

Quais os principais planejamentos para essa gestão?

Nós temos algumas frentes de trabalho. Antes de sermos eleitos, a população nos pediu muito para que mudássemos a forma em que a saúde estava sendo gerenciada. Tivemos muitas reclamações, e assumimos o compromisso com a sociedade para que pudéssemos melhorar esse setor, que está a cargo do secretário Carlos Jarske.

Também temos uma agricultura forte, que nós precisamos continuar fomentando. O Pronaf, por exemplo, temos que reativar para auxiliar aos agricultores. Também vamos continuar as obras no município para dar condições para que nossa população consiga escoar a produção.

Recentemente o senhor esteve no governo do Estado para conversar sobre pavimentação de estradas, há alguma novidade nessa área?

Sim, estivemos com Enio Bergoli, diretor do DER-ES (Departamento de Estradas de Rodagem do Espírito Santo), e houve uma sinalização positiva do governo estadual para realizar um desejo antigo dos moradores de Laranja da Terra, que é a pavimentação da sede do município ao distrito de Sobreiro, que hoje é o nosso maior distrito e que tem um potencial agrícola muito forte.

São 13 quilômetros e inclusive já há projeto. Estamos muito esperançosos, pois o governo está com as contas equilibradas, mesmo em um momento de crise, e percebemos que chegou o momento de o nosso governador fazer alguns investimentos. Essa pavimentação será fácil de ser realizada, pois não existem rochas no trajeto, e há apenas uma ponte, o que reduz o custo da obra.

Logo no início do mandato o senhor demonstrou o interesse em que o município volte a fazer parte do Circuito das Montanhas Capixabas. Quais são os planos para o turismo e cultura?

Eu fiz questão de acompanhar o secretário de Turismo do município nessas reuniões para reafirmar que estamos com desejo muito grande de voltar ao circuito, e fomos recebidos de braços abertos. Queremos que nosso município seja visto de forma positiva, e turisticamente e culturalmente de uma forma como ele nunca foi apresentado ou que tenha sido deixado de lado por algum período.

Temos um potencial e que precisa ser aproveitado. Temos um presente de Deus que é a Pedra de Cinco Pontões, e até hoje não se conseguiu fazer um trabalho nessa área como se deveria. Esse é um grande desafio. Temos que dar o pontapé inicial. Os produtores também precisam buscar mais formas de agregar valor aos seus produtos.

Para finalizar, como estão as contas da Prefeitura?

Estamos ajustando muitas coisas, mas se os próximos meses forem como os primeiros meses deste ano, teremos uma queda de quase R$ 8 milhões na arrecadação, comparado com o ano passado. Estamos torcendo para que as coisas melhorem e a perda seja menor.

Estamos com 130 funcionários a menos com relação a 2016. E quanto menor for a arrecadação, maior é o percentual de gasto com a folha de pagamento. E temos que ficar atentos para não ultrapassar o limite estipulado pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

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