Transporte escolar em Marechal Floriano: presidente de cooperativa rebate acusações
Publicado em 26/05/2017 às 20:04
Na última quarta-feira (24), o Montanhas Capixabas relatou as dificuldades que muitos alunos vêm enfrentando com o transporte escolar na cidade de Marechal Floriano. Diante de algumas declarações feitas por Claudinei Vieira Lopes, proprietário da Trans Lopes, empresa que vem executando o serviço no município, Cleocélio Bazilio Buback, presidente da Cooperativa de Transporte das Montanhas (Cooper Montanhas), empresa que realizava o transporte anteriormente, procurou a nossa reportagem para afirmar que prestava os serviços de forma legal e de qualidade.
Sobre a fala do proprietário da Trans Lopes, em que declara que a Cooper Montanhas trabalhava de forma irregular e que o município estava sendo superfaturado pela empresa, o presidente da cooperativa se defende. “Nossos veículos estão devidamente registrados no Departamento Estadual de Trânsito do Espírito Santo (Detran-ES) e passam por vistorias semestrais. Os valores que praticamos no contrato de abril de 2016 a abril de 2017 estão baseados na portaria emitida pela Secretária Estadual de Educação (Sedu), que inclusive, são os mesmos praticados em outros municípios do Estado. Sobre a alegação de superfaturamento contratual, o proprietário da empresa Trans Lopes terá que explicar judicialmente. Já acionamos o nosso advogado para tomar as medidas judiciais cabíveis”, disse Cleocélio.
Sobre o período de adaptação que Claudinei disse ser necessário, e sobre a Cooper Montanhas ter cogitado abandonar o serviço na última segunda-feira (15), Cleocélio rechaça a fala do proprietário da Trans Lopes. “A documentação dos veículos e do motorista é exigida no ato da assinatura do contrato como previsto na minuta de contrato anexada ao Edital de licitação. Não existe previsão contratual para execução parcial do contrato, ou seja, de 85%. Uma empresa quando vai participar de uma licitação tem que ler atentamente as exigências previstas no edital e cumpri-las integralmente”, destacou o presidente da cooperativa.
Por outro lado, segundo ele, cabe à prefeitura evitar que situações como esta aconteçam no município. “Basta, simplesmente, cobrar da empresa vencedora a execução integral das cláusulas contratuais. Ao contrário do que afirma o Sr. Claudinei, a Cooper Montanhas não abandonou o contrato. Mesmo após o término da vigência contratual que se deu no final de Abril de 2017, a Cooper Montanhas, através de um aditivo de prazo, prestou o serviço por mais 20 dias para que os alunos não ficassem sem ir à escola”, ressalta o presidente da Cooper Montanhas.
Cleocélio fala também sobre o fato de a Prefeitura estar ciente de que o transporte escolar está atuando com apenas 85% da frota, ao relembrar a fala da secretária municipal de Educação, Edia Klippel Littig, também dada na matéria do da última quarta-feira (24).
“A afirmação feita pela secretária de que o transporte escolar está funcionando com 85% de eficiência deixa claro que a Prefeitura está ciente de que a empresa Trans Lopes não está executando integralmente o contrato de transporte escolar. De outra forma, a empresa já deveria estar preparada para assumir os serviços de transporte escolar desde quando se sagrou vencedora no certame licitatório. A Cooper Montanhas não pode ser responsabilizada pela ineficiência e pelos transtornos gerados pela Trans Lopes. Como dito anteriormente, a Cooper Montanhas, no intuito de ajudar o município e não deixar os alunos desamparados, prestou serviços por 20 dias após o término da vigência contratual”, afirma Cleocélio.
Prefeitura diz que irá cumprir a lei
A reportagem do Montanhas Capixabas entrou em contato com o prefeito de Marechal Floriano, Cacau Lorenzoni, para se pronunciar sobre as declarações feitas pelo presidente da Cooperativa de Transporte das Montanhas (Cooper Montanhas). Cacau explicou como foi feita a contratação da nova empresa para executar o serviço de transporte escolar no município, reafirmou a economia que está sendo feita e disse que irá cumprir a lei.
“A contratação de transporte escolar foi feita por pregão, de acordo com a legislação. Com o valor contratado, será feita uma economia de quase R$ 700 mil por ano, que daria para construir uma creche por ano, por exemplo. A prefeitura vai cumprir a lei. Se a empresa que ganhou a licitação não cumprir o contrato, iremos rescindir e chamar a segunda colocada”, afirmou o prefeito.