Governo adia mais uma vez decisão sobre importação de café
Publicado em 08/02/2017 às 19:03
Em uma nova reunião na última terça-feira (07), em Brasília, com a bancada federal do Espírito Santo e produtores de café do Estado, o Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blario Maggi, adiou para a próxima sexta-feira (10) a decisão sobre a abertura ou não do mercado brasileiro para importação de café robusta.
Após mais de uma hora de reunião, o ministro deu um prazo até o fim da semana, para que os representantes do Estado, juntamente com a Bahia e Rondônia, apresentassem um relatório apontando quais os municípios e os armazéns onde estão os quatro milhões de sacas de café conilon, que garantem ter em estoque.
Presente na reunião, o diretor-presidente do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Marcelo Suzart, apontou que a próxima safra já começa a ser colhida dentro dos próximos 60 dias e que, com isso, mais grãos vão chegar ao mercado.
Segundo números da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), existe um deficit de 1,274 milhão de sacas para atender à indústria brasileira. A proposta do governo federal é liberar a importação de um milhão de sacas, com distribuição mensal de 250 mil sacas de fevereiro a maio. Para isso, o café seria incluído na lista de exceção da Tarifa Externa Comum (TEC), até o limite de um milhão de sacas, com alíquota de 2%. Acima desse limite, a alíquota de exportação, que hoje é de 10%, sobe para 35%.
Dados do Ministério da Agricultura apontam que houve uma queda na safra de café no Espírito Santo, em 2016, de 45%, comparado com 2014. A previsão para este ano é de que a safra seja muito próxima a do ano passado. Em contrapartida, as exportações aumentaram 116% sobre a média do período de 2010 a 2013 e, em 2015, foi registrado crescimento 163% acima da média de 2010 a 2013.
ESTADO GARANTE TER CAFÉ – Ao contrário do levantamento feito pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o diretor-presidente do Incaper apontou que existem, aproximadamente, 2,2 milhões de sacas disponíveis nos estoque. Esse número deve chegar a 4 milhões de sacas no levantamento do Estado, juntamente com Bahia e Rondônia
“O levantamento da Conab não levou em consideração os dados de todos os municípios. O Espírito Santo tem café para oferecer. Nos próximos meses, o produtor começa a colher a nova safra e precisa liberar o estoque. Contando as sacas vendidas em janeiro, temos junto com os demais estados produtores aproximadamente 4 milhões ”, acrescentou o diretor-presidente do Incaper.
O Espírito Santo é o maior produtor de Conilon do país e tem na cafeicultura a principal atividade agrícola, presente em todos os municípios, em aproximadamente 60 das 90 mil propriedades, que envolve mais de 400 mil pessoas e 133 mil famílias, sobretudo, pequenos produtores de base familiar.