Criança de Domingos Martins que estuda em Marechal Floriano é confirmada com meningite meningocócica

Texto: Julio Huber / Foto: Julio Huber

Um menino de 9 anos, morador de Domingos Martins e que estuda em uma escola particular em Marechal Floriano, foi diagnosticado com meningite meningocócica, um dos tipos mais graves da meningite bacteriana. O caso foi confirmado pela Secretaria de Saúde de Domingos Martins, que disse ser o primeiro caso da doença neste ano. O menino está internado em um hospital particular, por decisão da família, que possui plano de saúde.

A criança foi atendida inicialmente no pronto-socorro do Hospital Santa Casa, em Domingos Martins. Após avaliação médica, foi transferida para um hospital em Vitória para tratamento especializado.

“A Secretaria de Saúde informa que todas as medidas de controle recomendadas pelo Ministério da Saúde foram adotadas. A equipe de saúde foi imediatamente mobilizada para realizar busca ativa dos contactantes e as ações preventivas junto aos familiares e contatos próximos do paciente”, afirmou, em nota, a Prefeitura de Domingos Martins.

Uma médica sanitarista da Superintendência Regional de Saúde Metropolitana estava no município, quando o caso foi identificado. “Ela contribuiu para agilizar os exames e a medicação em tempo recorde”, destacou a nota da Secretaria de Saúde do município.

Prefeitura de Marechal Floriano fez o bloqueio da doença em colegas de menino infectado

A Secretaria de Saúde de Marechal Floriano, por meio da Vigilância Epidemiológica, informou que foi realizada a quimioprofilaxia em todos os colegas do paciente que tiveram contato com ele, bem como os profissionais da escola que também estavam com a criança nos últimos dias.

A ação foi realizada na escola e contou com a presença de uma médica que é referência em meningite da Região Metropolitana. De acordo com representantes da Vigilância Epidemiológica do município, todos os alunos da turma do aluno receberam medicação e estão sendo acompanhados pelo município com relação a sintomas.

Crianças que participaram da festa de aniversário do menino também estão sendo acompanhadas. A escola particular onde o menino estuda solicita, no ato da matrícula, o cartão de vacinação, o que garante que todos os alunos estejam em dia com as vacinas obrigatórias.

Outra orientação da Vigilância Epidemiológica de Marechal Floriano é de que as pessoas que não tiveram contato com a criança, não procurem o serviço de saúde para a quimioprofilaxia, já que apenas as pessoas que tiveram contato direto com a criança precisam ser medicadas, o que já está sendo feito.

Saiba mais sobre a doença

O que é meningite?

A meningite é uma inflamação das meninges: três membranas que envolvem o cérebro e protegem o encéfalo, a medula espinhal e outras partes do sistema nervoso. Ela é causada, principalmente, por bactérias ou vírus, mas também pode ser provocada por parasitas, fungos ou pelo bacilo de Koch, a bactéria causadora da tuberculose.

Sintomas

Os sintomas da meningite podem variar a depender da causa da infecção (bacteriana, viral, fúngica, parasitária) e da idade da pessoa afetada. No entanto, existem alguns sintomas comuns associados.

Febre alta: a maioria das pessoas com meningite apresentam esse sintoma, especialmente em infecções bacterianas.

Dor de cabeça intensa: geralmente grave e persistente.

Rigidez no pescoço: um dos sintomas clássicos da meningite. O paciente pode ter dificuldade em encostar o queixo no peito devido à rigidez dos músculos do pescoço.

Sensibilidade à luz: as pessoas com meningite frequentemente têm dificuldade em tolerar a luz forte e podem preferir ficar em ambientes escuros.

Vômitos: a pessoa pode ter náuseas e vômitos, muitas vezes sem alívio.

Manchas na pele: na meningite meningocócica (um tipo da doença causada pela bactéria Neisseria meningitidis) podem ocorrer manchas vermelhas ou roxas na pele, que são chamadas de petéquias.

Causas

A causa da meningite podem ser diversos agentes infecciosos, como bactérias, vírus, fungos ou parasitas, além de outras condições não infecciosas.

Meningite bacteriana: causada por bactérias, como a Streptococcus pneumoniae, por exemplo. É uma condição grave e potencialmente fatal, que requer tratamento médico imediato.

Meningite viral: causada por vírus, como o de herpes. Geralmente é menos grave do que a bacteriana.

Meningite fúngica: causada por fungos, geralmente em pessoas com sistema imunológico enfraquecido. Pode ser uma condição grave e requer tratamento.

Meningite parasitária: causada por parasitas, como os que geram a malária, por exemplo. Essa forma é menos comum, mas pode ser grave.

Meningite não infecciosa: além das infecções (uma invasão em um determinado local do corpo, por parte de organismos muito pequenos que só podem ser vistos por meio de microscópio), a meningite também pode ser causada por fatores não infecciosos, como doenças autoimunes, reações ou alergias a medicamentos, câncer, lesões na cabeça e cirurgias na região da cabeça e do pescoço.

Diagnóstico

O diagnóstico de meningite deve ser feito com agilidade, principalmente naquela causada por bactérias, que requer tratamento médico imediato. Os passos típicos envolvidos no diagnóstico da meningite são:

Histórico médico: o profissional da saúde deve começar fazendo perguntas sobre os sintomas e o histórico médico do paciente. É importante informar ao profissional da saúde sobre quaisquer sintomas específicos, como febre alta, dor de cabeça intensa, rigidez no pescoço e sensibilidade à luz.

Exame físico: visa avaliar os sinais vitais, como a temperatura, a pressão arterial e os batimentos cardíacos.

Exame de líquido cefalorraquidiano (LCR): esse é um procedimento onde o profissional da saúde colhe uma amostra do LCR, um líquido que envolve as meninges, para analisar o caso com maior profundidade.

Exames de sangue: podem ser realizados para ajudar a identificar a causa da meningite.

Tratamento

Tratamento empírico inicial: quando a suspeita de meningite é alta, esse tratamento é iniciado antes de se obter os resultados dos testes de laboratório, devido à urgência do caso.

Identificação do agente infeccioso: após a coleta de amostras LCR, líquido presente no cérebro e na medula espinhal, testes laboratoriais são realizados para identificar os responsáveis pela infecção. Os resultados desses testes orientam o tratamento específico.

Tratamento direcionado: uma vez identificada a causa da infecção, o tratamento é ajustado com base na causa da meningite. O tratamento direcionado é feito de acordo com a causa da doença.

Na meningite bacteriana, o tratamento é administrado por via intravenosa (direto na veia) e é frequentemente mantido por um período de tempo específico, a depender da bactéria e da gravidade da infecção.

No caso da meningite viral, geralmente se resolve por conta própria com repouso e tratamento dos sintomas, como dor e febre. Em alguns casos graves ou em situações específicas, podem ser administrados medicamentos antivirais.

Já na meningite fúngica ou parasitária, o tratamento direcionado envolve a administração de medicamentos antifúngicos, conforme necessário.

Prevenção

A prevenção da meningite possui várias estratégias, a depender da causa da infecção. Algumas medidas de prevenção que podem ajudar a reduzir o risco de contrair a doença são:

Vacinação: uma das medidas mais eficazes de prevenção da doença. Existem diferentes vacinas disponíveis para prevenir as formas mais comuns de meningite bacteriana. O profissional da saúde deve ser consultado para saber são recomendadas e quando tomar.

Prática de higiene: lavar as mãos regularmente com água e sabão, por exemplo, ajuda a prevenir a disseminação de infecções que podem levar à meningite.

Prática de sexo seguro: o uso de preservativos, como a camisinha, durante o sexo vaginal, anal e oral pode reduzir o risco de contração de infecções que também podem levar à meningite.

Fonte: Hospital Israelita Albert Einstein