Haddad: Brasil está melhor posicionado diante do tarifaço de Trump
Publicado em 09/04/2025 às 08:42

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (8), em São Paulo, que o Brasil está em uma posição mais favorável do que os demais países da América Latina para enfrentar as tarifas impostas pelo governo de Donald Trump, nos Estados Unidos.
“O Brasil possui reservas cambiais, um saldo comercial robusto, está colhendo uma super safra e, apesar da taxa de juros elevada, continua crescendo”, destacou Haddad.
Segundo ele, o Brasil conta com uma margem de manobra econômica incomum na região. “Nenhum outro país latino-americano, incluindo o México, possui esse mesmo grau de liberdade nas políticas econômicas”, completou.
Haddad avaliou que a decisão abrupta de Trump pode causar um certo desarranjo global, já que representa um “solavanco grande demais para não gerar consequências”.
“No meio desse incêndio, o Brasil está mais próximo da saída de emergência do que muitos outros países”, afirmou durante sua participação no 11º Brazil Investment Forum, promovido pelo Bradesco BBI, na capital paulista.
O ministro também ressaltou que, com o acirramento da guerra comercial, os produtos brasileiros podem ganhar competitividade nos Estados Unidos, ficando mais baratos em relação aos de outros países — o que pode abrir espaço para o Brasil avançar nas exportações.
Ainda assim, ele alertou que o país não está totalmente imune aos efeitos desse conflito, especialmente por conta da forte dependência do comércio com a China, principal parceira comercial do Brasil.
Haddad enfatizou que é cedo para fazer previsões sobre os impactos dessa nova rodada de tarifas e reforçou a necessidade de cautela.
“Essa escalada trará um período de grande incerteza, e a pior atitude que o Brasil pode ter agora é agir sem a prudência diplomática que sempre marcou nossa postura — mediando conflitos e considerando nossa posição diante de parceiros que vêm aumentando suas compras do Brasil”, ponderou.
“A sociedade precisará refletir sobre como reagir a esse cenário disruptivo. Mas este ainda não é o momento de anunciar medidas concretas”, concluiu.
Fonte: Elaine Patrícia Cruz – Repórter da Agência Brasil