Casa Branca vaza acidentalmente planos de Guerra para Jornalista

Publicado em 25/03/2025 às 14:40

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Foto: Freepik

Autoridades de alto escalão do governo Trump, incluindo o vice-presidente JD Vance, divulgaram acidentalmente planos de guerra a um jornalista por meio de um grupo de mensagens pouco antes dos Estados Unidos atacarem o grupo extremista Houthis, no Iêmen, aliado do Irã. A informação, inicialmente reportada pelo jornal The Atlantic, foi confirmada pelo governo americano nesta segunda-feira (24).

O presidente Donald Trump, ao ser questionado sobre o vazamento, afirmou a repórteres na Casa Branca que desconhecia o incidente e minimizou a reportagem, dizendo não ser “um grande fã do The Atlantic“, segundo a agência Reuters. Um funcionário do governo, por sua vez, afirmou que uma investigação foi aberta e que Trump já havia sido informado sobre o caso.

Grupo de mensagens criptografado

O editor-chefe do The Atlantic, Jeffrey Goldberg, revelou que, em 13 de março, foi inesperadamente adicionado a um grupo de bate-papo criptografado no aplicativo Signal, chamado “pequeno grupo Houthi PC” (Houthi PC small group, no original).

No chat, o conselheiro de segurança nacional Mike Waltz instruiu seu vice, Alex Wong, a formar uma “equipe de tigres” para coordenar as operações dos EUA contra os Houthis. O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Brian Hughes, confirmou que o grupo parecia autêntico.

Dois dias depois, em 15 de março, Trump ordenou uma série de ataques contra os Houthis em resposta a investidas do grupo contra navios no Mar Vermelho. Ele também advertiu o Irã, aliado dos Houthis, a interromper imediatamente seu apoio.

Detalhes da operação vazados

Horas antes do início dos ataques, o secretário de Defesa Pete Hegseth teria compartilhado no grupo de mensagens informações operacionais sensíveis, incluindo detalhes sobre alvos, armamentos a serem utilizados e a sequência dos ataques. Embora Goldberg tenha omitido os detalhes específicos do vazamento, ele classificou a atitude como um uso “chocantemente imprudente” do aplicativo.

Entre os membros do grupo no Signal, havia contas que pareciam pertencer ao vice-presidente JD Vance, ao secretário de Estado Marco Rubio, ao diretor da CIA John Ratcliffe, à diretora de Inteligência Nacional Tulsi Gabbard, ao secretário do Tesouro Scott Bessent e à chefe de gabinete da Casa Branca, Susie Wiles. Além disso, Joe Kent, indicado por Trump para dirigir o Centro Nacional de Contraterrorismo, aparentemente fazia parte do chat, apesar de ainda não ter sido confirmado pelo Senado.

Crítica à Europa e divergências internas

Capturas de tela do bate-papo, divulgadas pelo The Atlantic, mostram que as autoridades discutiram se os EUA deveriam prosseguir com os ataques. Em um momento, o vice-presidente Vance questionou se os aliados europeus, que enfrentam mais dificuldades devido aos problemas no transporte marítimo, realmente mereciam a ajuda americana.

“@PeteHegseth [Secretário de Defesa], se você acha que devemos fazer isso, então vamos em frente”, escreveu alguém identificado como Vance. “Mas eu odeio ter que socorrer a Europa novamente.”

Hegseth respondeu: “VP: compartilho totalmente sua aversão ao parasitismo europeu. É PATÉTICO.”

Vance também expressou preocupações sobre o momento do ataque, sugerindo que adiá-lo por um mês poderia ser mais estratégico. “Não sei se o presidente percebe como isso contradiz sua mensagem atual sobre a Europa. Além disso, há o risco de um aumento significativo nos preços do petróleo”, teria escrito. No entanto, afirmou estar disposto a seguir a decisão do grupo.

Questões legais e apagamento de mensagens

A legislação dos EUA proíbe o uso indevido de informações sigilosas, mas ainda não está claro se houve violação formal nesse caso. O The Atlantic também destacou que a exclusão de mensagens no Signal pode levantar questões sobre o cumprimento das leis de registros federais, segundo a Reuters.

Em meio às investigações, a diretora de Inteligência Nacional alertou, em uma publicação na rede social X, que qualquer “divulgação não autorizada de informações confidenciais é uma violação da lei e será tratada como tal”.

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