Fungo natural pode ser a solução para combater praga que ataca plantações de banana

Publicado em 15/12/2024 às 09:19

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Fungo-na-bananeira

Pesquisadores estão desenvolvendo uma alternativa sustentável para combater o moleque-da-bananeira, uma das pragas mais frequentes nas plantações de banana, por meio do uso de fungos encontrados na natureza. A técnica, que dispensa agrotóxicos, está sendo estudada por equipes da Universidade Tiradentes (Unit), do Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP) e da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro).

A pesquisa, que integra uma dissertação de mestrado a ser defendida em janeiro de 2025 no Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia Industrial (PBI) da Unit, foca na seleção, melhoramento e aplicação de fungos entomopatogênicos, capazes de infectar e matar insetos. O objetivo é combater o Cosmopolites sordidus, um besouro preto considerado uma das principais pragas da cultura da banana em escala global, com potencial de reduzir a produtividade das plantações em até 80%.

Danos e Solução Biológica

Os danos causados pelo moleque-da-bananeira incluem plantas subdesenvolvidas, folhas amareladas, ausência de frutificação e bananas fora do padrão comercial. A fêmea do inseto deposita ovos no rizoma da planta, e as larvas formam galerias que permitem a entrada de patógenos e debilitam a planta. “Esses danos deixam as plantas mais suscetíveis ao tombamento e, em casos mais graves, causam a morte do broto apical”, explica o professor Marcelo da Costa Mendonça, orientador da pesquisa.

O pesquisador Lucas Jefferson Santos Barboza, mestrando responsável pelo estudo, destaca que a pesquisa avalia o potencial de fungos encontrados no ambiente natural para controlar o inseto. Um dos fungos testados em laboratório apresentou 100% de mortalidade dos besouros coletados. “Essa alternativa sustentável contribui para reduzir o uso de pesticidas, evitando a contaminação de frutos e preservando a saúde dos trabalhadores rurais”, afirma Lucas.

Pesquisa Aplicada e Próximos Passos

A pesquisa teve início após um pequeno agricultor buscar ajuda para lidar com uma infestação em sua propriedade no agreste de Sergipe. Após visitas ao local e coleta de amostras, o estudo avançou em várias etapas. O fungo selecionado foi testado quanto à eficácia, estrutura e concentração letal. Na fase atual, ele está sendo aplicado em estufas agrícolas para controle da praga em condições reais.

Marcelo Mendonça ressalta que, ao seguir tendências globais de redução do uso de agrotóxicos, a pesquisa oferece benefícios ambientais e sociais. “A contaminação ambiental, os problemas de saúde associados aos químicos e o impacto no equilíbrio ecológico são alguns dos fatores que justificam a busca por métodos biológicos de controle de pragas.”

A expectativa é que, após os testes em campo e aprovação regulatória, o método seja transferido para empresas de bioinsumos agrícolas, permitindo sua aplicação em larga escala por produtores orgânicos e convencionais. “Atendemos uma demanda real de um agricultor local, e essa solução poderá beneficiar muitos outros produtores, especialmente aqueles que seguem práticas sustentáveis”, conclui o professor.

Fonte: Agência FR

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