Técnica de enfermagem interrompe viagem e ajuda a salvar motorista acidentada
Publicado em 26/11/2024 às 11:48
Texto: Bruno Caetano / Foto: Divulgação
Era para ser apenas mais uma viagem comum para Paula Kiffer, técnica de enfermagem de 30 anos, rumo ao seu plantão. Porém, ao passar pelo km 66 da BR-262, em Victor Hugo, Marechal Floriano, no último dia 18 de novembro, sua noite tomou um rumo inesperado. Diante de um acidente, Paula precisou ir além de sua formação, demonstrando empatia e coragem para salvar mais uma vida nas rodovias.
O carro, um Fiat Palio, havia despencado por um barranco de 15 metros. Ao perceber a movimentação de pessoas, Paula parou. “Voltei com meu primo e perguntei se precisavam de ajuda. Quando me disseram haver uma mulher presa no veículo, não pensei duas vezes. Fui até os bombeiros e me ofereci para ajudar”, relembra.
Com a experiência de quem já viveu situações de alta pressão, Paula se apresentou e começou rapidamente a agir. Dentro do carro, encontrou a motorista consciente, mas aflita e sentindo dores na coluna. A partir daí, a técnica iniciou uma conversa para tranquilizá-la e avaliou cuidadosamente as condições da vítima. Sem equipamentos à disposição, improvisou imobilizações e manteve a calma enquanto ajudava a coordenar o atendimento com o médico do SAMU pelo telefone.
“Naquele momento, o foco era a vítima. Cada palavra e gesto foram pensados para acalmá-la. É tudo muito rápido, mas a satisfação de saber que você fez a diferença para alguém é imensa”, reflete Paula.
A operação foi um esforço conjunto. Enquanto os bombeiros cortavam as ferragens para liberar a motorista, Paula permaneceu ao lado da vítima, oferecendo apoio físico e emocional. Assim que o resgate foi concluído, a paciente foi encaminhada ao Hospital São Lucas, em Vitória, para atendimento especializado.
Apesar do cansaço e do atraso no plantão que se seguiu, Paula não vê o episódio como um sacrifício, mas como uma reafirmação de sua escolha profissional. “A enfermagem me escolheu. Poder estar lá por alguém, aliviar a dor, trazer conforto em um momento tão difícil… Não há palavras para descrever o que isso significa para mim”, conclui.