Fazenda eleva previsão de crescimento do PIB para 3,3% em 2024
Publicado em 18/11/2024 às 14:37
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A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda revisou a estimativa de crescimento da economia brasileira para 2024, passando de 3,2% para 3,3%, segundo o Boletim Macrofiscal divulgado nesta segunda-feira (18). A previsão para a inflação oficial, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), também subiu, de 4,25% para 4,40%.
A revisão na projeção do Produto Interno Bruto (PIB) reflete o desempenho acima do esperado no segundo trimestre e um leve ajuste nas expectativas para o terceiro trimestre, cuja expansão foi revisada de 0,6% para 0,7%. Apesar do aumento, a SPE aponta uma “desaceleração moderada” no ritmo de atividade econômica, impulsionada por um crescimento excepcional no segundo trimestre, que registrou alta de 1,4%.
Setores econômicos
O setor agropecuário apresentou melhora na previsão, com a expectativa de retração revisada de -1,9% para -1,7%, devido a projeções mais positivas para a colheita de algodão e produtos da pecuária, compensando quedas esperadas em culturas como laranja, trigo e café.
A indústria deve crescer 3,5%, com destaque para os setores de transformação e construção civil, favorecidos por políticas como o novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), o programa Minha Casa, Minha Vida e as menores taxas de juros em comparação a 2023. A projeção para o setor de serviços subiu de 3,3% para 3,4%, impulsionada por um mercado de trabalho aquecido e melhores condições de crédito para as famílias.
Inflação e perspectivas
A previsão para o IPCA subiu para 4,40%, próximo ao teto da meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional (3%, com margem de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo). A alta é atribuída a preços mais voláteis, como alimentos, influenciados pelo câmbio e condições climáticas.
Para os próximos anos, a expectativa é de desaceleração inflacionária. Em 2025, o IPCA deve atingir 3,6%, refletindo aumentos esperados no preço de proteínas animais e efeitos cambiais recentes. O INPC, utilizado para ajustes salariais, deve encerrar 2025 em 3,4%, enquanto o IGP-DI, influenciado por variações no dólar, deve atingir 4%.
Impactos no orçamento
Os dados do Boletim Macrofiscal serão utilizados no Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas, previsto para o dia 22. Esse relatório orienta a execução do orçamento, permitindo ajustes com base na meta de déficit primário e no novo arcabouço fiscal.
Fonte: Agência Brasil