Lidiney Gobbi quer pediatras, remédios e ampliação de horário nas unidades de saúde

Publicado em 27/09/2024 às 17:24

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ELEIÇÕES (3)

Texto e fotos: Gleberson Nascimento

Esbanjando confiança, com base na experiência acumulada como vereador, secretário e prefeito, Lidiney Gobbi, 62 anos, candidato do PP à Prefeitura de Marechal Floriano, recebeu a reportagem do Montanhas Capixabas no último dia (17), em uma padaria da cidade, para apresentar suas propostas, entre elas: mais pediatras, remédios e ampliação do atendimento nas unidades de saúde.

Crítico à administração do prefeito Cacau Lorenzoni (PSB), que apoia seu adversário na disputa, o emedebista Felipe Del Puppo, Lidiney Gobbi estava acompanhado de seu vice, Paulo Lovatti Junior, e chamou a parceria de “uma coisa divina”.

Segundo candidato a ser ouvido pela série do Montanhas Capixabas, Lidiney aumentou o tom, acusando a prefeitura de estar a serviço da família Del Puppo, de fazer pressão sobre os funcionários públicos, “que hoje não têm o direito de ir e vir, de escolher as pessoas”, e até mandou um recado para os adversários.

“Deixo aqui um convite para todo o povo de Marechal Floriano e região: que, no dia 1º de janeiro de 2025, participem da minha posse e dos demais vereadores. E neste dia vocês vão ver uma frase escrita: ‘Deus é fiel’. Aos que estão me difamando, digo que é a mesma coisa que pegar um saco de penas e levar ao alto de uma montanha e jogá-las lá de cima. Ninguém conseguirá mais juntar. Mas toda essa calúnia e maldade, Deus transformou em bênçãos. Então, a vitória será de Lidiney e Junior”, declarou.

As entrevistas estão sendo publicadas de acordo com a ordem alfabética do nome de urna dos candidatos. O candidato Diony Stein (Pode) não participará da série de entrevistas, alegando compromissos de campanha.

Montanhas Capixabas – Por que o senhor deseja ser prefeito de Marechal Floriano mais uma vez?

Lidiney Gobbi – Sou funcionário público efetivo, já fui candidato a vereador, secretário por oito anos e prefeito. Muitas pessoas, dentre elas moradores, comerciantes e empresários, pedem que eu retorne à vida pública. Como prefeito, de 2013 a 2016, assumi dívidas e, no final do mandato, deixei todos os equipamentos nas ruas para o povo ver o patrimônio que nós conquistamos.

Se você andar em Marechal e falar com 100 pessoas, 90 pedem socorro, principalmente na área de saúde. Na agricultura, é a mesma coisa: os produtores rurais não têm estradas. Sem estradas, não há turismo. Se não há estradas, a educação também sofre, pois o transporte escolar depende de boas condições viárias.

Além disso, sou grato a Deus e ao povo de Marechal Floriano pela oportunidade que recebi. Meus pais e avós me ensinaram respeito e gratidão. Agora, procurei o Junior Lovatti (Paulo Lovatti Junior, candidato a vice-prefeito na chapa) para respondermos a duas áreas importantes: eu tenho formação em agricultura, e ele, na área da saúde. Foi assim que começamos a montar a coligação.

Sua coligação tem quantos partidos?

Cinco (PP, PL, DC, PRTB e Agir). São 59 candidatos a vereador, todos de partidos de direita.

Quais as metas principais do seu mandato, caso seja eleito?

Para resolver os problemas da saúde, o primeiro passo é retomar tudo o que fizemos e que não foi mantido. Quando fui gestor, colocamos pediatras em todas as unidades de saúde, tanto no interior quanto na sede.

Nós tínhamos a saúde preventiva e a saúde básica, que é o Programa Saúde da Família (PSF). Precisamos retomar essas equipes. A coleta de exames era feita regularmente, e um técnico de laboratório recolhia as amostras semanalmente. Fazíamos isso em todo o município.

Vamos voltar com os pediatras e garantir a distribuição de medicamentos nas unidades de saúde. Não faltará remédios para o nosso povo. Também traremos especialistas, como cardiologistas e ginecologistas de ambos os sexos, para evitar constrangimentos.

Nós tínhamos um consórcio de saúde na região serrana que nos proporcionava serviços especializados. Vamos reativar esse consórcio e ampliar as especialidades oferecidas. Não faltarão médicos. Hoje, há unidades que ficam 30 dias sem médico, e há grávidas de oito meses que ainda não realizaram ultrassonografias. Faremos uma parceria com a Santa Casa para termos acesso aos serviços de saúde.

E na agricultura, o que os produtores podem esperar da sua gestão?

O produtor precisa de estradas. Hoje, quando chove, surgem problemas porque as estradas estão mal conservadas. Também atenderemos a educação com o transporte escolar. Vamos oferecer segurança para os alunos, pais e famílias.

Manteremos a parceria com o governo do Estado para melhorar nossas estradas, seja por meio de pavimentação com bloquetes ou asfalto. Também utilizaremos o Revsol, que é mais econômico.

No meu mandato anterior, compramos equipamentos como rolo compactador e treinamos nossa equipe para evitar a degradação ambiental. Vamos retomar esse trabalho. O governo fornece o material, e a prefeitura é responsável pela mão de obra. Minha meta é pavimentar quilômetros de estradas para atender os produtores rurais.

Como avalia a atual administração?

Rapaz, falar dos outros eu não gosto muito. Prefiro falar de mim e das minhas propostas. O que posso dizer é que hoje o funcionário não tem o direito de ir e vir, de escolher as pessoas. Ele encontra dificuldades para se manifestar. Há uma pressão local por parte da atual gestão.

Como assim?

Eu sou funcionário público e defendo os funcionários. Não há direito de ir e vir. Todos devem ter a liberdade de escolha. Não tenho nada contra o prefeito atual (Cacau Lorenzoni); nós trabalhamos juntos por mais de vinte anos. Sou funcionário e o respeito, mas uma gestão precisa funcionar como uma igreja: quando troca o pastor ou o padre, a igreja não para.

Uma gestão pública precisa de continuidade. Se eu assumir a prefeitura no dia 1º de janeiro, não vou interromper o que foi iniciado. Tenho que terminar o que foi começado. Não é necessário difamar ninguém. O importante é resolver o problema, em vez de fechar portas ou entrar na Justiça.

Garanto que, se eu assumir a prefeitura, todas as obras iniciadas serão concluídas. E se houver algum problema, ele será resolvido com a empresa que executou a obra. Não vou difamar ninguém.

O senhor parece estar falando de um caso específico.

Do caso de uma escola em Soído de Baixo. Quem não gosta de escola, não gosta de si próprio. E quem não gosta de si próprio, não gosta das outras pessoas. E nós inauguramos a escola. Ela foi feita em duas etapas. As crianças entraram para as salas de aula. E hoje ela está abandonada. Tiraram as crianças da escola. Até hoje, as empresas estão esperando mostrarem o defeito. A sociedade está esperando há 4 anos.

Caso o senhor seja eleito no dia 6 de outubro, como é que vai ser a relação com a Câmara de Vereadores?

Eu não tenho dificuldade porque eu gosto das coisas certas. Então, quem quer coisas certas, terá o meu apoio. O vereador tem compromisso de ajudar a sociedade. E essa é a minha meta. Não vou ser prefeito para meia dúzia de pessoas, mas para a população de Marechal Floriano, que tem 18 mil habitantes. Creio que vamos fazer uma parceria para trabalharmos juntos.

O município tem as limitações orçamentárias para fazer grandes investimentos. Como será a relação com o governador Renato Casagrande e com o presidente Lula, em busca de recursos que beneficiem a cidade?

Primeiro passo, assim que terminar a eleição, no dia 6 de outubro, será iniciar um planejamento. Então, nós vamos fazer um planejamento macro, para colocar em prática nosso plano de governo. Vamos conversar com os governos do Estado e federal, porque nós temos hoje vários deputados que nos apoiam.

Quais são os deputados que apoiam o senhor?

O doutor Hudson Leal, o Adilson Espindula, o Danilo Bahiense, a Raquel Lessa e o Lucas Polese. Não tenho dificuldade com o Fabrício Gandini e com o próprio presidente Marcelo Santos. Não tenho dificuldade com os deputados.

E na bancada federal, com quem o senhor conversa?

O Evair de Melo é praticamente de Marechal. É sempre o mais votado. Tem também o deputado Da Vitória, o Gilvan da Federal e o Messias Donato. O senador Magno Malta sempre enviou emendas para o nosso município.

Acessar a Câmara Federal, o Senado e os 30 deputados estaduais não será problema. Tenho capacidade e experiência. Eu me sinto preparado, já passei por várias gestões. Muitos vereadores têm acesso aos deputados. Então, eles vão nos ajudar a atrair o investimento.

Passei por cassação do presidente da República, crise financeira, hídrica. Fui testado. Mesmo assim, conseguimos fazer um mega trabalho. Vamos trabalhar o slogan: Marechal para todos! Minha meta e atingir a cidade e campo porque quando o campo tem dinheiro, a cidade também tem. Dinheiro gera emprego e renda.

Fale sobre o seu candidato a vice-prefeito. Ele está preparado?

Eu não tenho dúvida, nem um pouquinho. Essa parceria era para ter acontecido em 2004. Política é a arte de você comprar, vender, buscar a mão dupla. É um casamento.  Então, eu falo que esse casamento hoje é coisa divina, coisa de Deus, espiritual. Tudo tem seu tempo e sua hora.

Conversamos muito, deu química. Então hoje, se acontecer de eu viajar, eu fico de olhos fechados, tranquilo. O nosso diálogo é fantástico. O meu vice tem formação em Enfermagem, fez especialização em saúde pública e foi vereador por quatro mandatos e vice-prefeito na gestão anterior.

O Júnior é o padrinho do meu filho, o Gabriel. Tenho muito orgulho disso. Ele é casado com a Andressa, pai de quatro filhos, inclusive os dois mais velhos estão residindo no momento na Alemanha. O vice mora aqui. É católico e ministro da Eucaristia.

Quais são as propostas do senhor para a Saúde?

O município tem como responsabilidade a atenção primária, ou seja, atenção básica, lá no início, nas unidades de saúde. Uma coisa que as pessoas reclamam muito é a questão do horário de funcionamento. Podemos estender o horário para facilitar o acesso das pessoas às consultas, principalmente para quem trabalha. Essas cinco horas, geralmente padrão nas unidades de saúde, você pode estender duas vezes por semana.

Outra coisa que as pessoas pedem muito é a presença do pediatra. Então, é preciso ter aquele trabalho ambulatorial nas unidades de saúde. Precisamos ofertar médicos especialistas, como cardiologista, ortopedista e otorrino. Isso pode ser contratado. Aí você oferta esse serviço à população.

E depois nós temos aqueles exames de alta complexidade. Queremos fazer uma parceria com o Hospital Santa Casa. Você comprando o serviço, com certeza vai diminuir muito o tempo de espera do cidadão. Hoje, o hospital de Domingos Martins já tem tomografia, ultrassom e, em breve, vai ter colonoscopia e endoscopia. São exames que são muito procurados.

Como pretende resolver o problema da mobilidade, do gargalo em que se transformou a duplicação da BR-262?

É um problema antigo. O deputado Evair de Melo já colocou emenda para o Dnit realizar parte da obra. No trevo de Paraju, já teve melhoria no acesso. A comunidade de Vitor Hugo também reivindica porque aquela região é muito produtiva.

A emenda do deputado, feita a meu pedido, no valor de R$ 7 milhões, inclui obras no Trevo de Paraju, de Santa Maria e Vitor Hugo, além da ampliação, com a construção de um acesso a Soído de Baixo. 

Até duplicar a BR-262, acredito que uma solução seria fazer um trevo suspenso em frente à Prefeitura de Viana. Isso resolveria em mais de 50% o problema dos engarrafamentos aos domingos. Hoje, há dias em que o trânsito está parado de Viana a Marechal Floriano.

Quais medidas o senhor irá tomar para estimular o comércio e o turismo?

Gostaria de reforçar aquela avenida secundária, próxima à BR que sai de Marechal no sentido Vitória. Dá acesso à Estrada Velha de Domingos Martins. Você imagina como vai ficar a região de Soído de Cima, onde tem o Sesc e estão construindo um resort? Em breve, será impossível passar no centro de Domingos Martins. Temos de buscar opções de acessibilidade para o turismo. Melhorar a mobilidade é investir no turismo.

Para atrair mais investidores, precisamos melhorar o trânsito. Muitos desistem de investir por causa do trânsito. É tempo perdido. E tempo é dinheiro! Temos outro projeto de um trem turístico, partindo da estação da sede até Araguaya, com parada em Rio Fundo aos sábados, domingos e feriados.

E também para atrair os turistas, quero realizar encontros, feiras, atrair investidores do setor imobiliário. Nós temos muitas pessoas de Vitória que residem aqui. Mais de 20% dos residentes são sitiantes.

Mas e a questão do meio ambiente, da sustentabilidade?

É um ponto importante. Marechal Floriano tem mais de 20 anos que não atualiza o seu Plano Diretor Municipal (PDM), a lei que orienta a ocupação do solo urbano. Vamos criar um projeto para regularizar as chácaras, ajudando, orientando o proprietário sobre a questão da infraestrutura e do meio ambiente. Eu tenho orgulho de morar em Marechal Floriano, de saber que ele é o segundo município em cobertura da Mata Atlântica.

Quando fui secretário, fizemos a conservação de nascentes. Apoiamos muito o pequeno produtor para ele segurar a água e fazer as pequenas barragens.

Os jovens de Marechal Floriano terão acesso ao esporte e ao lazer, caso o senhor seja eleito?

Quando fui prefeito, o esporte era oferecido no contraturno dos alunos. A gente ocupava a mente e dava espaço para os jovens. Vamos voltar com os campeonatos escolares. Isso envolvia as escolas.

Então, esporte é saúde, é divertimento. Vamos ocupar os jovens para que não fiquem só no celular. O telefone causa dependência. Vamos formar craques, jogadores de alta performance. Vamos trabalhar para os nossos jovens não se envolvam com as drogas. Contaremos com assistentes sociais, padres e pastores. As igrejas têm um papel especial.

Vou trazer cursos técnicos para cá, nas áreas de informática e turismo. Vamos criar mais vagas de estágio. Nós precisamos preparar o jovem para o futuro. Também vamos fazer um trabalho especial com a causa animal. O primeiro passo é a castração.

O senhor saiu derrotado das urnas, em 2016, ao tentar a reeleição. O que faz o senhor acreditar que a história vai ser diferente?

O meu vice-prefeito. Eu não queria vir à reeleição. Peguei um período complicado. Tínhamos um deputado. O governo do Estado queria ajudar, mas o deputado impedia. Foi difícil. A família do candidato a prefeito, que hoje é meu adversário, estava na prefeitura.

E tive problema com o meu vice, que dois dias antes da convenção deixou uma carta dizendo que havia desistido e concorreu a vereador. Agora não, tenho um vice desde o começo. Foi uma coisa divina.

Para concluir, diga por que o eleitor de Marechal Floriano deve votar no senhor no próximo dia 6?

Pela minha experiência. Estou preparado. Não vou entrar na prefeitura para aprender a ser prefeito. Tenho uma boa relação com o governo do Estado, as secretarias, com os 30 deputados estaduais, com Brasília, com a bancada federal, com os 10 deputados federais, com os três senadores.

Tenho uma experiência de mais de 30 anos. Então, eu peço ao eleitor de Marechal: deixe a dupla Lididney Gobbi e Junior Lovatti tomar conta de você. Eu peço a Deus todos os dias de manhã, que Ele aumente a minha fé e me dê saúde. Porque tendo fé e saúde, eu posso tomar conta do povo de Marechal Floriano.

E o povo de Marechal Floriano pode ter certeza que vai vir gente de outros estados, de outros municípios, para copiar a gestão que a gente vai ter de 2025 a 2029.

E para finalizar, eu deixo aqui um convite para todo o povo de Marechal Floriano e região, convidando vocês para o dia 1º de janeiro de 2025 participarem da minha posse e dos demais vereadores. E neste dia, vocês vão ver uma frase escrita: Deus é fiel.

Agradeço a todos os candidatos a vereador que me apoiaram e todas aquelas pessoas que rezaram, oraram, pastores, padres e os leigos. Aos que estão me difamando, digo que é a mesma coisa que pegar um saco de pena e levar para o alto de uma montanha e jogar lá de cima. Ninguém conseguirá mais juntar. Mas toda essa calúnia e maldade, Deus transformou em bênçãos. Então, por isso a vitória vai ser de Lidiney e Junior.

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