Estradas precárias em Alfredo Chaves dificultam acesso de moradores a serviços básicos
Publicado em 28/02/2024 às 16:39
O caminho que leva moradores e turistas pelas mais belas paisagens no interior da região de Alfredo Chaves tem sido marcado não mais apenas pela beleza, mas sim pelo desafio de locomoção enfrentado pelos seus habitantes. A precariedade da infraestrutura viária revela estradas esburacadas, a falta de sinalização e a ausência de manutenção que se transformaram em obstáculos diários.
Segundo moradores, para entender a extensão da crise nas estradas de Alfredo Chaves, basta percorrer alguns de seus trechos mais afetados. No início de fevereiro, a redação do Montanhas Capixabas publicou um texto mostrado a precária situação de uma das estradas, que liga a ES-376 ao distrito de Ribeirão do Cristo.
Em outra região do município, os motoristas que desejem visitar um dos cartões postais da cidade, a Cachoeira de Iracema, precisam desviar habilmente dos buracos e crateras para evitar danos aos seus veículos na estrada que liga a entrada da cachoeira até São Roque de Maravilha.
Em pontos cruciais como outra estrada conhecida como (antiga estrada de Carolina para São Bento de Urânia) que liga Alto Maravilha, distrito de Matilde até Castelinho, em Vargem Alta, o que os moradores denunciam é a constante falta de manutenção, poças de lama e valetas profundas. A ausência de sinalização torna o trânsito ainda mais perigoso, aumentando o risco de acidentes.
Segundo os habitantes, que pediram para não ser identificados, essas estradas conectam a população a distritos mais distantes do centro da cidade. Um exemplo é a estrada que liga os distritos de Vila Nova e São Brás, que, de acordo com eles, “não apenas apresenta buracos, mas também grandes áreas onde o solo foi completamente destruído, resultando em uma superfície irregular e perigosa”.
Esses são apenas alguns exemplos que ilustram a situação considerada crítica das estradas, que não apenas dificultam o tráfego, mas que atrapalham a economia local que sobrevive principalmente da agricultura.
Para além dos danos mecânicos aos veículos, residentes compartilham a rotina. “Chegar ao trabalho leva agora o dobro do tempo devido aos desvios constantes para evitar buracos. Isto quando não chove”, disse uma moradora da região.
O acesso a serviços básicos, como escolas e hospitais, tornou-se um desafio adicional, especialmente para aqueles que residem nas áreas mais remotas, onde as estradas estão em piores condições. Para a comunidade, os efeitos são muito visíveis. “Levar nossos produtos ao mercado tornou-se uma tarefa difícil. A buraqueira danifica nossos veículos e aumenta os custos”, disse outro morador que não quis se identificar.
Segundo um morador, nenhuma máquina da prefeitura foi vista na região há mais de três anos. Para ele, a sensação é de abandono. “Eu vejo que outras regiões principais receberam manutenção, inclusive em propriedades particulares, mas o interior, não”, disse o residente da região.
A presença de caminhões de eucalipto e de veículos que transportam produtos agrícolas agrava a situação. Trechos da estrada, segundo moradores, estão afundando, e a aplicação ocasional de material conhecido como ‘Revsol’ (um material que sobra do processo de siderurgia) não resolve os problemas estruturais a longo prazo.
Prefeitura nega más condições das estradas
Ao ser questionada pela equipe de reportagem do Montanhas Capixabas sobre as condições reportadas nas estradas em questão, a prefeitura, por meio da Secretaria de Obras e Agricultura, esclareceu que a afirmação de que a via está sem manutenção não procede. A Secretaria argumenta que as estradas em todo o interior do município nunca ficaram sem atendimento por mais de seis meses.
Em relação às manutenções, a prefeitura informou que durante o período de carnaval, foi realizado o patrolamento no trecho que liga Matilde a São Roque de Maravilha. Contudo, “os trabalhos foram interrompidos devido ao volume de chuvas previsto, tornando inviável a continuidade dos atendimentos”. A administração municipal assegurou que assim que possível, o referido trecho será incluído no plano de atendimento da Secretaria de Obras.
Texto: Bruno Caetano / Fotos: Divulgação