Arte, Crônicas e Poesia
TURBAÇÕES COTIDIANAS
Publicado em 23/12/2021 às 13:52
Quando foi a última vez que silenciou teus ouvidos dos ruídos do mundo?
Ninguém nega que a vida está corrida demais, acelerada o bastante para não conseguirmos concentrar em nenhum ponto. Estamos igual ao viajante que dentro do seu carro, na estrada em alta velocidade, não percebe as árvores, bichos, tons de cores. Tudo passa sem qualquer percepção acentuada e ao chegar ao final do destino lembra-se de quase nada do que passou por ti na viagem.
Assim é a vida quando vivida de forma acelerada, ao chegar à morte nada irá levar além de cansaço e estafa. Desacelerar é necessário e urgente. Viva de forma plena as horas, sinta os minutos e os segundos, saboreia com deleite a oportunidade de viver, seja sábio para entender que não adianta que as águas sempre correm para o mar, inexorável.
Motivos não faltam para preocupações e atribulações, quantos ao lerem este texto não estão pensando nas contas de água, luz, preço da gasolina, fazer compras de supermercado, reuniões, horário de ônibus para o trabalho, etc. São infinitas as vozes que atrapalham a paz que deve reinar em nosso coração. Não por acaso são inúmeros os casos de insônia e estresse no país, o corpo fica submetido a uma carga de adrenalina constante.
No mundo tereis aflições, mas além disso tereis desejos incontroláveis, hoje em dia isso é tido por muitos como sinal de sucesso, o indivíduo que nunca para de desejar e sempre tem buscado coisas novas, o marketing trabalha muito bem isso; o novo é sempre melhor. Não por acaso todo ano temos o lançamento de novos carros, novos celulares, novos produtos em geral, etc, que na essência não mudam nada, apenas servem como alimento para os hamsters continuarem a correrem na gaiola.
Enquanto tudo isso a água não para nunca de correr para o mar.
As atribulações trazem consigo também o silêncio em relação ao que o próximo nos fala, as suas emoções e ações. Hoje os compromissos de palavra e honradez estão cada vez mais raro, não por acaso vira manchete de jornal toda vez que alguém acha uma cifra milionária perdida e a devolve para seu legítimo titular. Tem-se a impressão que o descumprimento de qualquer compromisso pactuado pode ser quebrado a qualquer tempo.
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