Choque anafilático pode levar animais de estimação ao óbito, saiba o que fazer
Publicado em 26/11/2021 às 10:20
Assim como a intoxicação por produtos químicos e substâncias tóxicas pode acabar surpreendendo os tutores, que vão precisar agir rápido para ajudar os animais de estimação, o choque anafilático também é um enorme problema que pode gerar consequências graves.
O choque anafilático, ou simplesmente anafilaxia, se trata de uma reação alérgica generalizada de manifestação rápida e bastante grave, por isso, caso não sejam tomadas as medidas necessárias rapidamente, o animal pode entrar em coma e vir a falecer.
Ao contrário da intoxicação, que o tutor pode prevenir mais facilmente ao retirar os causadores (como produtos de limpeza, alimentos e plantas) do alcance do animal, o caso das alergias se torna um pouco mais difícil, já que podem ser causadas por qualquer agente que o pet venha a ter alergia, que vão desde fatores ambientais, picadas de insetos – sendo bem comuns com abelhas e marimbondos – medicamentos e, em casos mais raros, até mesmo reação a vacinas.
Como identificar o choque anafilático
A princípio, umas das reações mais comuns ao choque anafilático, especialmente em cães, é o inchaço causado na região do focinho. Os sintomas, porém, são variados e cada animal pode reagir de uma forma diferente ao causador da alergia.
Alguns cães podem apresentar moleza e falta de energia, enquanto outros podem ficar mais agitados e ansiosos, devido à irritação causada. Uma alergia mais leve não causará tantos problemas, já em forma aguda traz reações generalizadas por todo o organismo do animal, que podem vir imediatamente após o início dos sintomas, ou em algumas horas
Os sinais mais comuns de um choque anafilático grave são:
- Vômitos
- Diarreias (hemorrágicas ou não)
- Nervosismo
- Fraqueza
- Urticária com coceira excessiva
- Perda do controle sobre vias de micção e defecação
O choque anafilático geralmente ocorre depois que o pet já passou por um grau de sensibilidade anterior, ou seja, já na segunda vez em que o animal entra em contato com a substância alérgena.
Se nada for feito, é comum que os sintomas se agravem e aconteça a retenção de líquidos e inchaço, hipersalivação, dificuldades para respirar, gengivas e mucosas pálidas, letargia, hiperatividade, geralmente acompanhada de taquicardia, convulsões, cólicas, sensação de frio nas extremidades e coma.
O tutor deve observar se o pet apresenta dificuldades para respirar, que podem acompanhar ruídos, conhecido como estridor, causados pelo inchaço da laringe. Deve-se permitir que o animal fique na posição em que se sinta mais confortável, por é natural que ele escolherá a que facilita a respiração.
É imprescindível que o animal seja levado até uma clínica veterinária já aos primeiros sinais, em poucos minutos eles evoluem para uma situação mais grave que pode ser irreversível.
Os primeiros socorros
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Assim que notar que o pet está passando por um choque anafilático, o tutor deve iniciar com os primeiros socorros , o que fará toda a diferença para a sobrevivência do pet. Para isso, inicialmente se deve manter o pescoço do animal esticado, para facilitar a ventilação dos pulmões. É fundamental observar o ambiente onde o pet estava no momento do ataque, para descobrir a possível causa da alergia – pode ser, por exemplo, alguma planta do jardim, ou um inseto que estivesse por ali.
Em seguida, o tutor deve levar o animal à clinica veterinária mais próxima – por isso é sempre importante ter o contato salvo na agenda, para emergência. Somente em um hospital veterinário o animal terá todo o tratamento necessário.
No caso dos cachorros , o sistema hepático costuma ser o mais afetado, já nos gatos a parte respiratória é a que mais sofre. De qualquer modo, ambos correm o risco de morrer caso não seja realizado nenhum tratamento imediatamente.
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O tratamento
Já sob os cuidados de um médico veterinário, o profissional irá estabilizar o corpo do animal com os procedimentos de emergência, sendo eles: uso de adrenalina, anti-histamínicos, anti-inflamatórios, corticoides, fluidoterapia, entre outros.
Podem ser realizados exames laboratoriais, como hemograma, função renal, hepática, eletrólitos e exames de urina para verificar possíveis lesões causadas pela reação alérgica.
Geralmente, após o atendimento inicial, o animal é hospitalizado para que o quadro de saúde dele possa ser acompanhado de perto pelos profissionais, assim começando a inibir ou eliminar os agentes causadores da anafilaxia.
Como prevenir que aconteça
Não existe uma maneira de se prevenir totalmente que uma reação alérgica aconteça, porém algumas medidas podem ser tomadas para ajudar a evitar que aconteça. Para quem vive em áreas com maior incidência de insetos, por exemplo, vale investir em repelentes e inseticidas – lembrando de verificar se os produtos não podem fazer mal ao pet.
Em hipótese alguma deve ser dado qualquer tipo de medicamento sem prescrição médica ao animal. Checar se as plantas que estão no jardim, ou produtos utilizados na casa, não podem ser alergênicos ao animal.
Testes de alergia são uma ótima opção para evitar que o tutor seja pego desprevenido, caso o resultado dos testes seja positivo para alguma substância, ele deverá manter fora do alcance do animal – lembrando que produtos de limpeza, cosméticos, remédios e venenos jamais devem estar em locais aos quais os animais de estimação têm acesso. Além disso, anotar a quais agentes o pet tem alergia, para avisar ao veterinário caso uma futura emergência venha a acontecer.