Arte, Crônicas e Poesia
A PELEJA DA ESPERANÇA
Publicado em 22/11/2021 às 11:35
A morte chega sem avisar e nos abala, não existem palavras que de fato libertam da dor e da saudade. O tempo diz que é o grande remédio, mas não é, pois não existe remédio.
Vivemos diariamente um milagre que é o existir, atribulados por contas e por utopias pessoais esquecemos, ou melhor, ignoramos nossa própria finitude. Acontecimentos trágicos e funestos retiram as vendas dos olhos e ficamos todos consternados diante da maior certeza da vida, será mesmo que estou seguindo o melhor? Qual o sentido e o por que da vida?
São perguntas que permeiam toda a existência sem qualquer tipo de resposta satisfatória e alentadora. A cada novo fato, a cada novo alvorecer temos novas respostas distintas. Está cada vez mais difícil encontrar motivos para seguir adiante, tudo parece conspirar para desistir, parar e sucumbir. A sinfonia de dor está cada vez mais audível e desesperadora. Somos uma geração de enlutados!
Em certos capítulos da vida é difícil pensar em sonhos e ter esperança, até mesmo irracional assim sê-lo, pois ao perscrutar para o momento percebe-se apenas uma cacofonia.
Somos a geração que rompeu as distâncias entre as pessoas, trouxe comunicação instantânea com o mundo todo e no final cá estamos nós cada vez mais isolados em nós mesmos. As palavras do momento são tédio, estafa, aff, etc. Há um excesso da opinião do outro nas nossas vidas,raramente vivemos exclusivamente uma experiência sem compartilhar nas redes sociais e ansiamos que os outros gostem e curta.
A necessidade de conexão criou um exército de pessoas cada vez mais estressadas e frustradas por não conseguirem atingir o padrão de “felicidade” que é continuamente exposto. A carência de afeto faz com as pessoas depositem no mundo virtual as esperanças de uma vida feliz e como muito bem disse Rousseau: Quem quer agradar a todos não agrada a ninguém.
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